sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Natal

Então, povo. Só pra desejar um Feliz Natal pra todo mundo. Vou ficar longe da civilização - internet - até segunda, mas o blog volta com tudo na semana que vem.

Beijo grande!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Fim de tarde no Samurai Temaki

Que as temakerias invadiram Florianópolis não resta a menor dúvida. É uma alternativa fast-food aos sushis e acaba saindo mais em conta, levando em consideração o custo-benefício do salmão / atum / polvo / kani (ou seja o que for) por metro quadrado. Acabo sempre indo na Yaah, que tem uma promoção de almoço (cerca de R$ 20 por dois temakis + refri ou água), mas tem também a Temax, na mesma região próxima ao Beiramar Shopping, que não fica pra trás. O inconveniente de lá é a sensação de que você tem que comer e sair correndo, já que o lugar é apertadinho e tem aquelas mesas altas que sempre me dão aflição. Mas a Yaah e a Temax ficam para um próximo post, já que na semana passada resolvi variar e conferir a primeira filial do Samurai Temaki, que fica no Santa Mônica, no Centro Executivo Aldo Kuerten. A matriz fica na Lagoa.

Eu e a Cora, minha companheira inseparável de incursões gastro-orientais, decidimos esperar pela Ana do lado de fora, nas mesinhas de madeira com ombrelones (momento Aurélio do dia: guarda-sol de bar), super gostosas para uma tarde escaldante. Como calor pede cerveja e cerveja é desculpa pra matar o tempo, pedimos uma Stela Artois long neck (R$ 3,70 – mesmo valor da Bohemia long neck). Depois de muito papo e algumas Stelas, a Ana chegou e resolvemos fazer o pedido.

Fiquei muito em dúvida, porque o cardápio é bem variado. Mas como sei do que não gosto, por eliminação fiz uma semifinal entre quatro opções e acabei escolhendo dois: um Filadélfia Oriental (R$ 12), que vem com salmão, cream cheese, pepino japanês e togarashi (uma pimenta japonesa que eu achei bem suave) e um Panda(R$ 11), misto de atum, salmão, cream cheese e cebolinha. Com toda a criatividade que a vida deu a elas, a Cora e a Ana optaram pelos mesmos sabores, com a diferença que o meu primeiro eu pedi sem pepino.

Não demorou muito para o Filadélfia Oriental ser preparado pelos dois sushimen e chegar pelas mãos do moço muito simpático que nos atendeu e que eu acredito ser o dono da franquia. Posso garantir que eles são muito generosos e não poupam salmão que, vamos combinar, é o que interessa. A pimentinha deu um gosto bem bom e eu não achei forte. A Cora achou um pouco ardida, talvez tenha ido um pouco mais no dela. Gostei muito e recomendo. Só tenho que me cuidar pra não pedir sempre o mesmo sabor todas as vezes que eu for lá, que é o que eu sempre faço.


Divulgação

Em seguida, por recomendação do nosso amigo simpático, resolvemos aproveitar que os atuns ainda não foram extintos da face da Terra (a pesca ilegal promete acabar com eles bem logo) e investir no Panda. Ele garantiu que os atuns estavam super frescos e não foi propaganda enganosa. Gostei ainda mais do segundo, e só não parti para um terceiro porque já estava muito satisfeita e tinha cansado de fingir que eu era rica por um dia (tinha almoçado no Café Riso, o próximo post).

O atendimento foi muito bom e de quebra eu ainda ganhei um picolé Melona sabor melão, que é tudo mesmo que falam por aí, uma delícia e incomparável com o que chamam de picolé por aqui. Não paguei, mas garanto que quem provar, não vai se arrepender do investimento (R$ 4,50), muito mais barato que outros lugares, como a Yaah (R$ 6).

Como eu sou facilmente seduzida por programas de fidelidade, fiquei feliz de saber que por lá também tem o esquema do cartãozinho: a cada 12 temakis, você ganha um de brinde. Feliz da vida, muito satisfeita com a comida e o atendimento, desembolsei R$ 31,70 e encarei o próximo pit stop do dia no Santa Hora com as meninas. Mas isso é assunto para um outro post.

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥
Aceita cartão de crédito / débito

O Samurai Temaki abre segunda, das 11h30 às 16h; de terça à sábado, das 11:30h à meia-noite e domingo das 18h à meia-noite.


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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ostras, Freguesia e Santo Antônio

Cá estou de volta, pra cumprir a promessa de falar sobre o Freguesia. Santo Antônio de Lisboa é dos lugares mais charmosos de Floripa e oferece um dos melhores roteiros gastronômicos da Ilha. Confesso que a praia está nos meus sonhos dourados de lugar pra se morar por aqui. Melhor ainda se isso incluir uma vista linda pra praia, com uma cervejinha de um lado e um prato de ostras do outro.


Divulgação

Enquanto não vou pra lá de mala e cuia, me contento em aproveitar uma noite deliciosa de primavera pra comer bem. Como todos tiveram a idéia de aproveitar a noite, eu e o Geison ficamos, a princípio, dentro do restaurante, enquanto esperávamos vagar um lugar do outro lado da rua, onde o pessoal instala as mesas e cadeiras de plástico e fica por ali, batendo um papo e comendo, entre o calçamento de paralelepípedo e o mar. Não demorou muito pra conseguirmos nosso lugar ao luar (tsc tsc). Tomando uma Original pra abrir o apetite, pedimos o prato do Bar em Bar: Ostras ao alho e óleo (R$ 17,50 a dúzia).



Depois de uns 15 minutos esperando e a fome aumentando, as ostras chegaram à mesa. Eles dizem que é uma dúzia, mas garanto que eram muitas mais. Vinham fora das conchas, imersas no alho e óleo, com um aroma que dava vontade de sair flutuando, igual nos quadrinhos. Devaneios à parte, hora de provar as ostras de um dos restaurantes mais movimentados de Santo Antônio. Se o cheiro já estava bom, o sabor conseguiu superar. Simplesmente deliciosas, com um gosto de alho na medida certa, sem se pronunciar demais. Dos pratos que fazem o cliente voltar ao restaurante e pedir mais. Aconselho que quem optar pelas ostras, mande descer também um acompanhamento. Ficamos só nelas, e pra matar a fome foi preciso pedir uma porção de isca de peixe espada, que estavam muito boas e sequinhas também. Nada daquela gordura escorrendo pelo guardanapo.

No fim da brincadeira, menos R$ 30 no bolso pra cada e a certeza que Santo Antônio ainda tem muito a render aqui por esse blog e fazer a alegria do paladar de muita gente.


Drops:

- de Santo Antônio devo um post sobre o Bar dos Açores, uma das grandes surpresas do ano pra mim. Virei fã, mas por enquanto só fui “não-profissionalmente” por lá.

- semana passada a Veja entregou as premiações do Veja Santa Catarina – Comer e Beber. Merece um post a parte. Estou pensando em fazer um tour baseado nos "melhores" e discutir isso aqui com vocês.

- falando em Veja, ontem conferi o Café Riso e etc, que ganhou na categoria Restaurante Variado e Chef do Ano, com o Vitor Gomes. Semana que vem tem post saindo do forno. À noite conferi a Samurai Temakeria do Santa Mônica, que também tá na fila.

- dívidas com vocês: devo uma visita ao Terra Brazilis, sugerida pelo Norberto; outra na Enoteca Osigo, sugerida pelo Orlando; devo mais alguma coisa pra alguém?

- não deixem o blog morrer. Pela primeira vez um post não recebeu nenhum comentário. Além do Google Analytics, que me ajuda a ver como isso aqui anda, os comentários são quase que a única fonte de feedback que eu tenho. Comentem!

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥♥
Não aceita cartão de crédito / débito
O Freguesia abre de quarta a segunda, das 11h às 23h30


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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Uma Conversa Fiada em Coqueiros

Tinha escrito primeiro o prometido post do Freguesia, mas acabei esquecendo no PC de casa. Então aproveito pra falar sobre o Conversa Fiada, barzinho de Coqueiros, um dos que fizeram parte do já encerrado Bar em Bar 2009. Como o prato continua no cardápio e o bar continua funcionando, lá vamos nós falar sobre o que o continente pode oferecer e você ainda não sabe.

O conversa fiada fica na rua do San Jacques, uma das perpendiculares à avenida da orla. Já tinha ido lá uma vez e ficado com vontade de escrever sobre o lugar, que é uma fofura. Ele tem uma parte externa que eu considero subaproveitada: tem o espaço das mesas, o espaço coberto e um tipo de palco mais no fundo que, das duas vezes que fui, não estava sendo ocupado para nada. Aí tem a parte de dentro, com mesas e um buffet de sopas durante o inverno.



Divulgação

Da última vez, a diversão minha e do Geison foi ficar tentando adivinhar as caricaturas dos cantores e compositores que estampam os quadros da parte interna (depois de algumas cervejinhas). Mas dessa vez, resolvemos ficar do lado de fora, aproveitando a noite super agradável e observando o movimento. Como no Conversa Fiada não tem chopp, nos contentamos em validar mais uma fichinha do Amigos do Copo com uma Original e já pedir o prato da vez: Queijo de Coalho ao alho e óleo ou orégano, servido com pão fatiado e salada (R$ 14, para duas pessoas). Como o Fernando, o garçom que nos atendeu, era muito gente boa, pudemos pedir meio alho e óleo e meio orégano, pra poder provar e falar pra vocês qual era a do queijo coalho.
Eu imaginei que viesse em uns espetinhos ou seilá (acho que eu ainda estava na vibe Churrasquim). Mas o prato, que era muito do generoso, serviu bem duas pessoas e surpreendeu. Confesso que não tinha grandes expectativas, mas estava realmente muito bom, principalmente o de orégano (que também está no rol das invenções do mundo, junto com a farofa Yoki e o manjericão), com um azeite de oliva por cima. Dispensaria a salada, que não teve muita saída e acho que não combinou muito com o restante.

Pedimos a conta, que ficou só no preço do prato e na gorjeta merecida do Fernando, já que encaramos só uma Original. Resumindo a ópera, é um lugar a se conferir no continente, com um ambiente muito gostoso, preços justos e atendimento nota 10. E é bem propício para um clima momoso.


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Preço: $$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito

P.S: no próximo post (que já está pronto e coloco no ar no fim de semana) falo sobre o deliciosíssimo Freguesia e relembro alguns dos meus débitos com vocês, de lugares que sugeriram e eu tenho que conferir. E muitas, muitas ideias pipocando...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Comer em Floripa no DC

Pra quem ainda não viu, coloco aqui no blog:





Bom, né? Saiu no Visor do Diário Catarinense de domingo (22/11/09)

sábado, 21 de novembro de 2009

Boteco da Ilha no Bar em Bar

O Boteco da Ilha já é um lugar tradicional na vida boêmia de Floripa. Em uma cidade onde a taxa de mortalidade de bares e restaurantes é altíssima, o que é pra nós infância (7 anos), já é quase meia-idade quando se trata de sobreviver de comes e bebes.


Divulgação

Apesar de ter aportado em Floripa antes mesmo da fundação do Boteco, nunca tinha dado as caras por lá. Mas por força da maratona, da minha curiosidade e do prato promissor, resolvi conferir, mesmo enfrentando um dia de chuva. Devidamente equipada com meu amigo inseparável, o copo, deixamos o carro numa daquelas ruazinhas paralelas à Beiramar, à sorte do primeiro flanelinha que aparecesse. E eles sempre aparecem.

Eram cerca de 20h de uma sexta-feira e o bar já estava bem cheio, o que nos forçou a ficar do lado de dentro, esperando o restante do pessoal. O lugar não tem nada de mais, decoração OK, tudo simples, mas legal. Fomos atendidos pelo Alemão, o que ajudou e muito a construir uma boa imagem do lugar. Para fazer valer mais uma fichinha do Amigos do Copo, pedi um chopp da Brahma (R$ 3,30 – 300ml) e o Geison outro, que estavam longe do meu conceito de gelado (não acho que tenha que trincar o dente, até porque daí perde o sabor, mas minimamente geladinho tem que estar).

Resolvemos pedir logo para o Alemão agilizar o Bacalhau Imperial da Ilha (R$ 16, segundo eles, para uma pessoa), que era o peixe gratinado com provolone e massa folhada, aconchegadinho na cama de mussarela de búfala. Parece muito bom, né? E de fato estava. Só dispensaria a massa folhada, que com a umidade do peixe e do queijo fica um pouco molenga e, pra mim, não tem muita função quando se trata de um prato principal e não de uma empada, uma torta ou um strudel. Fora a minha implicância de praxe e as azeitonas decorativas (uó!), o prato estava realmente muito bom, com um tempero gostoso e suave. E se a idéia for comer civilizadamente, o prato satisfaz muito bem duas pessoas, e não somente uma, como eles anunciam.


Bacalhau Imperial da Ilha

Nesse meio tempo, pra nossa sorte ou azar, começou a música ao vivo. Já dizia o célebre filósofo que, em Florianópolis, o povo confunde música ao vivo com show: você senta pra beber como num bar e grita pra conversar como se estivesse em uma balada. O repertório do “show” era muito eclético (quando eu digo muito é no sentido de exageradamente). Vitor & Leo e Adriana Calcanhoto dividiam pacificamente o mesmo violão.

Entre fadas queridas e balas de prata, arriscamos uma segunda rodada de chopp, pra acompanhar os outros quatro amigos que chegaram, acreditando na promessa do garçom (que não era o Alemão) de que o segredo da temperatura estava em tirá-lo corretamente. Depois de comprovar que a promessa era furada, partimos para a cerveja mesmo.

Depois de algumas cervejas, muita música (muito alta), um bom atendimento, uma comida muito boa e um preço razoável (R$ 27 para cada), fomos embora, não sem antes reservar a cota de costume do flanelinha.

Preço: $$
Atendimento: ☺☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫
Momosidade (casal): ♥
Aceita cartão de crédito / débito


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PS1: Última semana do Bar em Bar. Até agora fui em 6, ainda dá tempo de conferir mais. Próximo post: ostras ao alho e óleo no Freguesia.

PS2: Aproveitem o Festival de Coqueiros, acaba dia 29/11 também. Semana que vem vou dar uma conferida em pelo menos um dos restaurantes.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Taikô no Bar em Bar

O segundo bar escolhido da maratona foi o Taikô do Iguatemi. Já estava com vontade de conferir desde quando abriu, há cerca de um mês, então juntei a fome e a vontade de comer (trocadilho infame) e fui conferir o tal mignon com gorgonzola.

Recém saída do trabalho, descabelada e de chinelo, não me intimidei em entrar no restaurante (que de bar não tem nada, como bem falou o Tony, em algum dos comentários). Logo na entrada, eu e a Cora fomos muito bem recebidas, e ficamos em uma das mesas do lado de fora, que é um aquário, e pode ter as janelas fechadas em caso de chuva ou de vento, como era o caso. Realmente a sobrinha da propaganda das Havaianas tinha razão, se eu posso usá-las no Taikô sem me sentir deslocada, acho que posso usá-las em qualquer lugar. Fora a brincadeira, apesar da imponência que a decoração impecável (um luxo, sem cair no brega) confere ao restaurante, o ambiente é muito aconchegante e o atendimento muito bom. Aliás, serviu para me questionar sobre certos lugares nos quais eu sou mal atendida e falo aqui, já que tinha lido um post em um blog do ClicRBS falando muito mal de lá. Com isso, decidi revisitar os lugares que eu falei "não muito bem", pra pelo menos tentar ser um pouco mais justa. A Cervejaria Original, por exemplo, vai entrar no meu roteiro do Bar em Bar.

Voltando ao Taikô, pedimos para o garçom trazer o prato do Bar em Bar e dois choppes. A surpresa da noite foi que eu tive que explicar pra ele do que se tratava o evento, qual era o prato e como funcionava a dinâmica do Amigos do Copo. Não sei se aqui a culpa é da Abrasel ou dos donos dos estabelecimentos, mas espera-se o mínimo de divulgação e valorização do evento, já que propõem a fazê-lo. O garçom, claro, não tem obrigação de adivinhar, mas é quem fica com cara de tacho na hora do atendimento.

Passado o contratempo, nos deliciamos com o Choppe Brahma enquanto o prato não chegava – curioso ser Chopp Brahma do lado do Chopp da Brahma, vocês não acham? Fiquei pensando se isso não é uma atitude meio suicida (ou homicida), já que os dois ficam um do ladinho do outro.

Bom, a “porção generosa”, segundo eles mesmos, chegou. E realmente não dá pra dizer que duas pessoas passam fome, é muito bem servida para os R$ 26 cobrados e pela delícia que é. Vamos combinar que mignon e gorgonzola não tem muita chance de dar errado. Como eu falei pra Cora, imaginei que a receita era bastante simples, e confirmei no dia seguinte, quando o caderno de Gastronomia do Diário Catarinense trouxe o prato e a receita estampados na matéria "Vai um petisco?", que falava sobre o evento. Abaixo vocês podem conferir e tentar reproduzir em casa, garanto que vale muito a pena.


Iscas de mignon com gorgonzola - matéria publicada no DC em 6/11/09

O pãozinho que acompanha também é muito gostoso, segundo eles, exclusivo da casa.
Depois do prato, alguns choppes mais e a conta: R$ 30 pra cada e a vontade de voltar pra conferir o camarão empanado com coco, sugestão do simpaticíssimo garçom, que na saída já trajava o avental do Bar em Bar e tinha sido devidamente instruído sobre o evento.

Próximo post: Bacalhau ao molho Imperial do Boteco da Ilha.

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫♫♫♫ (não comentei no corpo do post, mas as músicas eram muito boas, bem chill out)
Momosidade (casal): ♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Churrasquim e choppim

Foi dada a largada. Ok, sei que não fui das mais rápidas pra começar a escrever, mas é só uma questão de pegar no tranco. Com o verão aí, e essas noites deliciosas, nada melhor que um choppinho e...uma correria de espetinhos no Churrasquim. Muita gente pode não conhecer o lugar ainda, abriu há pouco, mas sugiro que vá conferir. Eu também nunca tinha ido nesse muitíssimo simpático bar/restaurante que fica ali pertinho do Shopping Beiramar, entre a Sanduicheria da Ilha (que também tá na brincadeira do Bar em Bar) e a Yaah Temakeria.

Mas vamos aos espetinhos e ao festival. Chegamos eu e o Geison por volta das 21h da terça-feira e o movimento era considerável. A decoração e todo o visual do lugar, desde cardápio, papel de parede etc., me chamaram a atenção logo de cara. É difícil ver por aqui coisas simples e de bom gosto, sem toda aquela afetação. A segunda coisa a chamar a atenção foi a simpatia da moça da recepção e do garçom, o Fernando, que nos guiou até uma das mesas que fica do lado de fora.

Como o tempo joga contra em um festival com 16 lugares a serem visitados em apenas 30 dias, resolvemos ser objetivos e pedir o prato do festival. Foi aí que o Fernando nos explicou a promoção “Amigos de Copo”, que faz parte do Bar em Bar. Funciona assim: paga-se R$ 15 por um copo de 300 ml personalizado do evento, e ganha-se o direito a dez fichas de chopp ou cerveja, dependendo do que o estabelecimento oferece. A boa notícia é que as fichas podem ser usadas em qualquer um dos 16 bares, a má é que só pode ser trocada uma ficha por incursão. A segunda má notícia é que agora eu tenho que ficar pra cima e pra baixo com um copo na bolsa. Vamos combinar que a Abrasel podia ter bolado um negócio mais prático, tipo um copo simbólico menor e que deixasse em cada estabelecimento um personalizado do festival, com o mesmo volume de bebida. Enfim...o copo agora é literalmente meu parceiro inseparável.

Depois de comprado o copo, fiz valer o meu chopp Brahma da noite, que fica ainda mais gostoso nesses dias de calor e, principalmente, quando está na temperatura certa, como de fato aconteceu. Optamos por pedir dois espetinhos: um de carne, alho e pimenta (R$ 4,60 – 120g cada) e um de batata com catupiry e bacon (R$ 3,90). Os espetinhos estavam deliciosos e os “periféricos” melhores ainda: vinagrete gostoso, sem todo aquele vinagre que a gente está acostumado a aturar, com um gostinho ótimo de azeite de oliva; chimichurri (um molhinho concentrado de ervas e temperos, com alecrim, orégano, pimenta etc. O chimichurri sempre varia muito de lugar pra lugar e o de lá estava ótimo); maionese (quem me conhece pode estranhar que eu fale bem de maionese, mas essa é uma exceção. Nunca como, não gosto, me dá arrepios de pensar.
Mas quando vi ela pousar na mesa achei igualzinha à da Sanduicheria da Ilha, que tinha comido uma vez e é de se deliciar. Segundo o garçom, temperada com mostarda e cheiro verde); e, finalmente, uma farofinha que era meia boca perto do resto. Como farofa eu como em casa, estava ótimo.

Os espetinhos: o de carne estava muito bom, com a pimenta bem pronunciada, mas sem aquele ardido que incomoda. Pimenta tem que ser saborosa e não incendiar a boca e essa cumpriu muito bem a função. Mas o grande troféu espetinho da noite vai, curiosamente, para o segundo, que vinha com aquelas batatinhas com casca (tem algum nome específico pra elas?), com o bacon enroladinho e o catupiry por cima. Sensacional, peçam esse por favor se vocês forem lá e depois me contem se é história de alguém viciada em bacon ou realmente é tudo isso.


Copo personalizado metade cheio e espetinhos de carne e de batata. Foto tirada pelo celular, os amadores esqueceram a câmera

A fome ainda não tinha sido saciada e eu queria pedir mais sabores pra contar pra vocês. Então mandamos ver em um outro de coração de frango (R$ 4,60), que estava bem sequinho e gostoso – pior coisa é coraçãozinho mal assado, esse estava no ponto. A quarta pedida da noite foi o espetinho de chicho (carne, pimentão, cebola, tomate e linguiça). De todos foi o que eu menos gostei, porque a cebola estava muito ácida e roubava o sabor dos outros ingredientes. Mas foi completamente perdoável.
Encerramos a noite com mais dois choppes e a conta de R$ 23,67 para cada, torcendo para que os outros bares estejam à altura.

Não contem pra ninguém, mas posso adiantar que o Taikô, onde fui ontem, não ficou pra trás. Não percam os próximos capítulos e se virem alguma maluca por aí com um copo na mão, chamem pelo nome, puxem um banco e peçam pra descer um choppe com um prato Bar em Bar!

P.S: tô preparando um mapinha com todos os bares do evento, por enquanto vai o do Churrasquim aqui no post.

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺
Ruído/Música: juro que eu não lembro
Momosidade (casal): ♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


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domingo, 1 de novembro de 2009

Maratona Bar em Bar




Pessoal, têm dois eventos gastronômicos muito bacanas (apud Dicionário da Vovó) vindo por aí. Depois não adianta falar que em Floripa nada acontece, que é cidade do interior e esses blás todos que a gente ouve e muitas vezes – me incluo – fala por aí. O primeiro é o Bar em Bar e o segundo é o Festival Gastronômico de Coqueiros. Acho que eles poderiam ser em épocas diferentes pra não quebrar a conta bancária de quem gosta de comer coisas gostosas a preços justos, mas nem me atrevo a reclamar. Como o Festival de Coqueiros rola a partir do dia 9/11, vou deixar ele um pouquinho de lado e falar hoje do Bar em Bar, que começou na última quinta-feira e vai até o próximo dia 29.

A idéia do Bar em Bar, que é organizado pela Abrasel, é fazer uma campanha nacional pra valorização dos bares, dizendo que é um lugar seguro e não existem só bêbados por lá. É a terceira edição – acontece uma por ano – e os bares que participam têm que elaborar um prato especial pro festival, de comida de boteco e que não seja muito caro. A ideia aqui é colocar a listinha dos pratos e lugares (já vou fazer alguns comentários) e vocês me dizem onde querem que eu vá conferir, já que eu acho meio impossível (por tempo e dinheiro) ir nos 16 lugares. Vai ficar gigantesco o post, porque vou colocar todos os pratos aqui, já que poucas pessoas têm a proatividade de abrir um link. E não, infelizmente a Abrasel não tá me pagando um jabá básico. Lá vai:


1. Absoluto Chopp Bar

Absoluto à rollet de picanha
Rollet de picanha grelhada, acompanhado de arroz branco, batata souté e tomates recheados. R$ 35,00 para 2 pessoas

Nunca fui no Absoluto e, pra mim, falou em picanha, to dentro. Só acho que não tá muito no espírito de comida de boteco.

2. Armazém Vieira
Sanduíche Aberto Urso Branco
Duas fatias de pão abertas com presunto, queijo e tomate e outra com linguiça Blumenau e queijo gorgonzola aquecidos ao forno. R$ 15,00 para 2 pessoas

Esse tá mais no espírito da brincadeira. Inclusive no preço.

3. Boteco da Ilha
Bacalhau Imperial da Ilha
Cama de mussarela de búfala, com massa folhada e bacalhau gratinado com provolone. R$ 16,00 para 1 pessoa

Candidato fortíssimo.

4. Botequim
Bolinho da Ilha
Bolinho frito de aipim com recheio de camarão e catupiry. Com tempero do Chefe. R$ 19,50 para 2 pessoas

Adoro o Botequim, mas gostaria de ir a lugares que eu ainda não fui, ou pelo menos não fui tantas vezes. E não me pareceu muito original.

5. Cervejaria Original
Tulipa
Coxinha da asa virada tipo tulipa, à milanesa. R$ 19,00 para 2 pessoas

Bom, vocês conhecem a minha opinião sobre a Cervejaria Original. Próximo.

6. Churrasquim Espetinhos Gourmet
Correria de espetinhos
Espetinhos variados de carnes, aves, vegetais, linguiças e queijos. (Preço por unidade) R$ 4,60 para 1 pessoa

Tô muito a fim de conhecer esse lugar e gostei da ideia dos espetinhos e do preço.

7. Confraria Chopp da Ilha
Coxinha de frango com molho Barbecue
Coxinhas de frango acompanhadas de molho Barbecue. R$ 15,00 para 2 pessoas

Coxinha de frango eu como no terminal.Próximo.

8. Conversa Fiada Petiscaria
Queijo de Coalho
Queijo de Coalho ao alho e óleo ou orégano, servido com pão fatiado e salada. R$ 14,00 para 2 pessoas

Esse lugar é muito legal, fica em Coqueiros. Queria escrever um post sobre ele há tempos...

9. Freguesia Bar
Ostras ao Alho e Óleo
Ostras cruas abertas, fritas no alho e óleo. R$ 17,50 para 12 dúzias pessoas

Santo Antônio + ostras = nhamm. E mais barato que na Fenaostra, nem comento.

10. Maresias
Camarão Gratinado
Camarão à milanesa gratinado com queijo mussarela. R$ 29,90 para 2 pessoas

Não é uma coxinha de frango, mas a originalidade ficou pra próxima.

11. Ponto de Vista Bar Restaurante e Mirante
Bolinho de salmão com gengibre
Combinação exótica e deliciosa entre o salmão e o gengibre, com toque delicado de alguns temperos. R$ 11,60 para 1 pessoa

Se vocês leram o último post, já sabem o que eu achei do bolinho de salmão com gengibre (?). A piada fica por conta deles, no toque delicado de alguns temperos. Delicado até demais, eu diria.

12. Sanduicheria da Ilha
Petisco da Ilha
Linguiça calabresa Ceratti, frango em cubos e cebola na chapa. R$ 12,00 para 2 pessoas

Não são os gênios da criatividade, mas tudo lá é tão gostoso que dá vontade de conferir.

13. Sanduicheria da Ilha
Petisco de salsicha viena Ceratti
Petisco com a saborosa salsicha viena Ceratti. Acompanha pão e mostarda. R$ 15,00 para 2 pessoas

Leiam o comentário acima.

14. Chapa Santa Hora
Alcatra, calabresa, peito de frango, aipim e cebola acompanhados de farofa, vinagrete, alho e pão. R$ 30,00 para 2 pessoas

Sacanagem, porque o prato já existe no cardápio, não foi feito pro festival.

15. Scuna Bar
Bolinho caipira
Bolinho de frango caipira ao molho de limão e pimenta. R$ 10,00 para 6 unidades pessoas

Parece bom. Espero que eles permitam a entrada de menores de 40.

16. Taikô Shopping Iguatemi
Isca de mignon ao molho gorgonzola
Generosa porção de iscas de mignon ao molho de gorgonzola, servidas com pão exclusivo da casa. R$ 24,00 para 2 pessoas

É dos lugares que dá medo de entrar. Na frente tá escrito “Lugar de gente bonita”. Fico imaginando uma pessoa na porta avaliando se você pode entrar ou não. Apesar da vibe galera-descolada-põe-na-tela-Amarelo quero muito conhecer. E não é nenhum assalto o preço do prato. Depois falo pra vocês o que eles consideram porção generosa. Não deve ser a mesma definição do pessoal do Boka’s.

Enfim, digam o que vocês querem. A brincadeira começa amanhã, porque hoje vai rolar um samba de raiz no Bar dos Açores e ta todo mundo convidadíssimo a comemorar mais uma primavera comigo, a partir das 19h.

Beijos e abraços

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Depende do Ponto de Vista

Se existe alguma coisa que ainda me convence a ficar mais um pouco em Florianópolis é a possibilidade de enxergar cartões postais pela janela de casa, do ônibus, do trabalho, ou melhor, de um restaurante. Juro que eu não vou fazer mais trocadilhos infames com o Ponto de Vista, como o do título. Apesar de ser de noite, nada tira o charme da Lagoa da Conceição, principalmente quando se está bem acompanhado e com uma música excelente de fundo.

A música é o gancho pro primeiro conselho da noite: se esse post fizer você ficar com vontade de conferir o Ponto de Vista, faça isso em uma quarta-feira, dia em que a Rosa Martha canta e o Marcos Parucker toca no teclado lindas músicas francesas. Vale muito a pena. Tanto que eu desconfio que o movimento da noite, em grande parte (sem desmerecer o restante), era por conta dos dois, que arrancavam aplausos das mesas.

Quem é de Floripa já deve ter passado alguma vez nesse mirante, que fica logo depois da Galheta, em direção à Barra, à esquerda. Além do restaurante, funcionam ali também umas lojinhas de artesanato e roupas durante o dia. Mas o objetivo era mesmo comer, então deixamos o carro no amplo estacionamento que tem ali, sob a vigília de um funcionário e rumamos pro restaurante. Apesar da chuva, estava cheio, como eu disse antes, mas não a ponto de incomodar. Pegamos uma mesa na janela, com um bom ponto de vista (ok,não resisti...), ao som da linda voz da Rosa Martha. A luz muito baixa me incomoda um pouco, mas o Geison gostou, então talvez seja rabugentice minha.


Salão interno

Eu, como sempre, já tinha dado uma consultada no site e estava a par do cardápio e também dos preços, que eles disponibilizam (!). Pra iniciar os trabalhos, pedi um coquetel Vista da Lagoa (R$ 8), que levava Martini Bianco, Cointreau, pêssego e laranja e o Geison foi de Chopp Weisenbier da Eisenbahn (R$ 4,80 / 300ml). O coquetel era saboroso, começando com o gostinho da laranja e o pêssego se pronunciando só no finzinho, mas pra mim estava muito doce e eu acabei enjoando antes da metade.

Pra entrada, resolvemos pedir bolinhos de salmão com gengibre (essa opção não tem no cardápio online), que saiu R$ 12 por seis unidades. A expectativa foi maior que o sabor. Pra fazer a massa do bolinho frito o salmão teve que ser processado (não sei se é exatemente esse o termo) e o sabor se perdeu no meio. O gengibre então, só vi sinal na última mordida. É claro que ele não podia roubar a cena, mas você espera sentir um gostinho de gengibre num bolinho de salmão com...gengibre.


Coquetel Vista da Lagoa e bolinho de salmão com gengibre (pelo menos teoricamente)

A fome não era muita depois dos bolinhos, então chamamos o garçom (atendimento regular, não se pode reclamar nem elogiar) para pedir pra dividir uma porção individual de Congro Rosa com Camarão e Champignon (R$ 49,50). O filé era recheado com molho de manteiga, champingnon, camarão e vinho Chardonnay, e acompanhavam arroz e batata sautée. O molho estava excelente, com os camarões puxados na manteiga, no ponto certo, nem emborrachados, nem crus, acompanhados de uma das melhores invenções do Reino Fungi: o champignon.


Congro Rosa (escondido) com Camarão e Champignon

Achei que o peixe ficou um pouco apagado no meio de tantos sabores, mas quero acreditar que foi intencional. O meu critério aqui é parecido com o que pensa o chef Mario Batali, do italiano Babbo, de NY: se o prato principal é a massa (no caso, o congro), não deixe que ela perca espaço pro molho, afinal ela é a grande estrela. Li isso no excelente livro “Calor”, do jornalista e crítico Bill Buford, uma leitura gostosíssima sobre a incursão dele no universo da comida italiana, que eu recomendo muito.

Deixando o devaneio italiano pra lá, mas ali do ladinho da França, pelo menos no repertório musical, nos despedimos do Ponto de Vista, satisfeitos com a apresentação, mas achando o preço um pouco mais salgado que o congro.

*a foto do salão foi kibada do site e as dos pratos feitas pelo Geison Werner

Preço: $$$$
Atendimento: ☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫♫♫♫
Momosidade (casal): ♥♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Conversa de botequim e feijoada no Canto do Noel

Já ouvi muita gente falar que o Canto do Noel é um pedacinho do Rio perdido em Florianópolis. Nunca fui ao Rio, mas se for verdade, quero morar lá quando eu crescer. A Travessa Ratcliff desperta em mim, uma dessas relações de amor incondicional que você acaba tendo por alguns lugares. Talvez isso influencie muito do meu post sobre a feijoada de lá, mas se servir pra fazer alguém ficar curioso e ir conhecer, já valeu a pena. Espero que vocês concordem comigo.

O Canto do Noel (uma homenagem ao sambista, não ao bom velhinho) é um dos três botecos da Travessa, cenário de muita coisa boa que já rolou por aqui. Luiz Henrique Rosa, Liza Minelli e Zininho eram alguns dos ilustres freqüentadores do antigo Petit, e quem vai lá pode conferir as figuras nos retratos pendurados pela parede. Como a ideia aqui não é falar da história do lugar, sugiro que vocês leiam o post do João Carlos, “presidente” da Travessa.

Já fazia algum tempo que o Vitor tinha me falado da tal feijoada, mas como a correria é grande e o tempo é curto, fomos adiando a nossa incursão diurna ao Noel. O dia é longo na Travessa. O Noel abre às 8h e só fecha às 23h, de segunda à sexta e no sábado abre no mesmo horário e fecha às 16h. Minhas idas normalmente são à noite, pra tomar uma cervejinha e comer uma isca de peixe, acompanhadas de um bom papo. A cerveja e o bom papo eu não dispensei, mas o prato e o horário mudaram.


Depois de passada uma semana inteira sem ver um raio de sol, fazia uma sexta-feira linda e o Vitor já me esperava em uma das mesas que ficam no calçadão, do lado de fora. Animados pelo sol e levando em conta que Travessa não é Travessa sem cerveja, pedimos pro seu Hamilton trazer uma Antarctica gelada (R$ 3,75) e já agilizar uma feijoada pra dois (R$ 14). No Noel sempre tem alguma música boa rolando. Juro que eu não lembro qual era a desse dia, mas na segunda seguinte, quando fui com o Daniel, outro freqüentador assíduo, numa das idas noturnas, rolava um João Gilberto, figura mais assídua ainda por lá.





Como à noite as pessoas mais bebem do que comem, não tinha idéia do tanto de gente que almoça por lá. O cardápio tem desde chuleta, até peixe, dobradinha ou feijoada. A nossa não demorou nada pra chegar, mas antes, o seu Hamilton trouxe um pratinho de salada pra abrir o apetite: tomate, repolho e cenoura. Logo em seguida, a feijoada, acompanhada de arroz e farofa (do tipo Yoki, uma das melhores invenções da cozinha prática, na minha opinião, ao lado do miojo e do atum em lata). Alerto aqui mais uma vez pra questão do custo / benefício. Devo reconhecer que não foi a melhor feijoada da vida, mas talvez seja a melhor que eu posso comer a 7 mangos em Floripa. Bem temperada, sal correto, linguicinha saborosa, mas sem aquele corpo que a feijoada tem que ter. Os outros tipos de carne não comi, confesso que eu tenho uma certa resistência, e me coloco no grupo dos que aprova a feijoada com os vários tipos de carne separadas. Sobre isso, aliás, vale a leitura da seção “Gosto de discute”, da edição nº 1 da Revista Gosto, fundada pelo povo que debandou da Gula. A seção mostra duas opiniões antagônicas sobre determinado tema, e essa é sobre a feijoada: “Em defesa da feijoada original”, por Jacques Trefois e “A favor do apartheid culinário”, por Braulio Pasmanik.

Pra acompanhar a conversa de botequim, outra Antarctica e a sobremesa: gelatina no copinho descartável. Simples e bom, como a Travessa.

Preço: $
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Música: ♫♫♫♫♫
Momosidade: ♥
Não aceita cartão de crédito / débito


http://maps.google.com.br/maps/ms?hl=pt-BR&ie=UTF8&msa=0&ll=-27.595897,-48.548284&spn=0.007378,0.013626&z=16&msid=106520131690139737918.000475b56ff18700cccf0&iwloc=000475b574299298fbf6b

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Festival no Sushi Roots

Não, ainda não desisti do blog, estava apenas apanhando pros prometidos ícones. O placar por enquanto é 10 x 0 pra eles, então vou postar os provisórios aqui, só pra não furar a promessa. Obrigada pra quem comentou, elogiou, criticou, aqui pelo blog e por outros meios, e também pra quem deu boas sugestões pra melhorar. E por falar em críticas, vou atender alguém (não lembro quem), que esses dias soltou um “mas você não vai falar de nenhum sushi?”. Aí vai, com a ressalva de que, apesar de adorar, não sou nenhuma especialista. Aliás, diz o Luiz Américo (o mesmo que falei no último post) que só por aqui as pessoas se metem a falar de todas as cozinhas. Nos EUA, por exemplo, há especialistas em cozinha mexicana, japonesa, chinesa...bom, enquanto eu não decido por nenhuma, dou pitaco em todas. Lá vai!

O lugar da vez se chama Sushi Roots. Ao contrário das expectativas criadas pelo nome, nada de sushiman com dreadlocks ou cannabis em vez de algas nori. A noite era de comemoração, aniversário da Corinha, que de antemão já me passou o site do restaurante, pra eu me inteirar do lugar, da comida, da localização. Sim, da localização. O conselho é: compre um GPS antes de se aventurar a procurar o Sushi Roots numa noite deserta de inverno na Barra da Lagoa – ou, simplesmente, vá com alguém com um senso de localização mais apurado que o meu. E peça ajuda ao Google Maps (ta aí embaixo).

Depois de dar a volta à ilha a procura do restaurante e encontrar as meninas nos esperando, veio a segunda lição do dia. Nada de chegar às 21h da noite e querer sentar, o negócio é chegar cedo, porque o lugar é bem pequeno e lota, principalmente nos dias do festival do sushi, às segundas e quintas. Aquela era uma quinta-feira, ou em outras palavras: morra comendo por R$ 32 se você for mulher, ou por R$ 42 se não tiver nascido com a mesma sorte. Ok, também acho uma desproporção a diferença de preços, mas juro que eu não reclamei.

Antes do combate, eu e o Geison resolvemos apostar de cara na sakerinha de morango (R$ 8), que estava deliciosa, suave, doce no ponto, geladinha. Pra abrir o apetite, emendamos numa longneck de Heineken (R$ 4,50), antes de partir pro abraço. Eles distribuem comandas com todas as opções de uramakis, temakis, hots, sashimis, nigiris (esqueci alguma coisa?), a pessoa escolhe o quê e quanto quer e espera essa bandeja colorida e apetitosa pousar na mesa. Se a pessoa, no caso, for eu, afoga no shoyu, se atrapalha com os hashis, e manda ver.


Dia de festival


Os sushimen


O que interessa

*Obs: fotos do site

Resumo da ópera: para uma leiga como eu, estava ótimo, com base principalmente na comparação com os outros sushis aqui de Floripa. O custo / benefício é um dos melhores também comparativamente, se a ideia for se acabar comendo. De quebra, se o programa for de dia, dá pra aproveitar a vista linda da Lagoa. O lugar fica junto de uma marina, então dá pra ir até o deck e, no verão, arriscar pegar uma micose molhando os pezinhos. O atendimento também não decepcionou, foi até bastante eficiente, já que a casa estava cheia.

Enfim, se tiver um GPS, chegar cedo, se dispuser a comer muito e desembolsar cerca de 40 mangos, esse é o lugar.

Vai aí então o sistema de ícones versão meia-boca, por enquanto, chupinhado da ideia do Duda, usando uma escala de zero a cinco:

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫♫♫
Momosidade (casal): ♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Eu só queria um espresso

Não se assustem com o tamanho do post. A primeira parte é sobre o café Sorrentino e a outra é uma terapia virtual de grupo. Resolvi colocar tudo junto pra ver se eu forçava todo mundo a ler a terapia / pesquisa de opinião. Então leiam! E escrevam!

Admiro a adaptabilidade das pessoas a outras pessoas, a lugares, a situações e, principalmente, a barulhos. Quando o desafio diário é gastar grande parte do tempo no centro de Florianópolis, a adaptação ao último item é mais que um rito de sobrevivência, é quase uma arte. Em meio a “corte cabelo com profissional”, “câmbio-dólar”, “cartão telefônicooo” e “compro e vendo ouro, pago bem no ouro” a mínimos 100 decibéis, nada melhor que um café, num ambiente agradável, onde você possa sentar longe dessa gritaria e relaxar, não? Não. Pelo menos não no Sorrentino Cafés e Doces.

Depois da barriga forrada por um punhado de sushis do restaurante meia boca perto da Praça XV (outra história), meu bom humor estava garantido pelas próximas horas. Nem mesmo dar de cara com a porta fechada da bilheteria do TAC abalou meu espírito Poliana. Se eu tinha que matar meia hora pra comprar o ingresso pro Dominguinhos (valeu a espera, o show foi sensacional), que isso fosse regado pelo menos por um café. Fui até o tradicional café Sorrentino, na rua entre o Banco do Brasil e a Catedral, porque as mesinhas num estilo trenzinho nos degraus da escada me pareceram muito simpáticas e eu resolvi apostar.

Era 12h30 e o café, que também serve PF estava cheio. Fiquei no balcão esperando pra ser atendida e quando se dignaram a fazer isso, pedi meu espresso puro pequeno (R$1,75). O cara que me atendeu (que parecia o dono) fez isso ao mesmo tempo em que falava ao telefone, a coisa mais irritante do mundo depois das pessoas que ouvem música no ônibus sem fones de ouvido. Meu simples espresso demorou 10 cronometrados minutos pra chegar à mesa do segundo degrau. O café Segafredo estava bom, forte e na temperatura certa, mas o ambiente não poderia ser pior. Tomar café ao som de “Desce dois almoços completos e um meio” não é o que eu considero uma boa fuga dos barulhos inconvenientes do centro.



* “Eu só queria um espresso” foi uma referência ao excelente “Eu só queria jantar”, blog pro qual o crítico Luiz Américo escreve no Paladar, do Estadão e que merece ser visitado e revisitado e revisitado.


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Então povo, a democracia é (quase) sempre a melhor forma de resolver as coisas. O blog está ganhando mais leitores a cada dia, e eu até me surpreendi com pessoas que eu nem conheço escrevendo e-mails e deixando scraps no orkut (pessoa desconhecida que deixou o scrap, eu não sou metida, o recado sumiu misteriosamente e eu não pude responder, se manifeste de novo!). Nessas trocas de ideia, sempre surge um “o blog ta muito legal, mas...”, o que é ótimo que vocês falem, pra não me deixar fazendo besteira demais por aqui sem que ninguém avise. Bom, vamos ao que interessa, que é o que precisa melhorar por aqui. Então conto com a ajuda de vocês pra me falar por comentário, e-mail, orkut, twitter ou qualquer outro meio de comunicação viável e conhecido, sobre as seguintes questões:

- fotos (mais e melhores): sei que o apelo visual é importantíssimo quando se fala em comida. A minha condição amadora às vezes deixa isso a desejar, tanto na aptidão pra tirar fotos quanto na lembrança de que eu agora escrevo para um blog e devo andar com uma câmera a tiracolo.

- ícones: isso tem que ter mesmo. Era uma ideia que tinha desde a criação, mas que fui deixando passar e que o Duda fez muito bem em relembrar nos comentários. No próximo post pretendo começar com eles, e colocá-los também nos post anteriores. Me cobrem.

- textos longos: eu adoro. Muita gente que passa por aqui também gosta. O Norberto disse que acha que eles têm que ser menores e quase me convenceu. Espero que vocês me convençam do contrário, pra eu continuar com a mania de falar demais, como nesse post aqui mesmo. Acho que aqui a solução pra quem não tem tempo é recorrer aos ícones e me deixar ser egoísta e feliz escrevendo descontroladamente. O que vocês acham?

- referências a outros blogs: um ponto importante pra fazer amiguinhos e divulgar o meu trabalho. O problema é que esse template (que eu peguei pronto, óbvio) não tem espaço pra links dos blogs que eu visito. Alguém se disponibiliza a ajudar uma analfabeta?

- dicas supimpas: vou largar de vez em quando uns drops de coisas legais pra vocês visitarem, como o blog do Luiz Américo que eu falei hoje, e que realmente vale a pena conferir.

- referências a pessoas e delongas: bom, a história do Ivan, e que o Daniel falou também. Por que eu falo tanto das pessoas e de mim? Isso é chato? Acho simpático. O Daniel acha que eu sou preguiçosa e que essa é a maneira mais fácil de escrever. Desconfio que ele tem razão.

- e a comida?: crítica do Joaquim, que diz que eu falo pouco sobre a comida em si. Primeiro acho que não sou gabaritada o suficiente pra falar com autoridade, e depois sou alguém que gosta de escrever também sobre todas as outras impressões. Me convençam de que o Joaquim é um cozinheiro chato que quer ouvir falar só sobre comida e não sobre o lugar, o atendimento, o preço...

Esqueci de alguém que falou alguma coisa? Enfim, quero que vocês me dêem esse feedback. Se vocês se deram ao trabalho de ler até aqui, não sejam sacanas com o tempo de vocês e façam valer. Comentem, digam o que acham, critiquem, mas não esqueçam também de elogiar!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Café del Sur e o custo - benefício

Café Del Sur foi o lugar escolhido pelas meninas para mais uma noite de orgia gastronômica / alcoólica. Já tinha passado em frente algumas vezes, e até tomado um suquinho de kino no Kamu Kamu, que fica no mesmo prédio, no começo do Córrego Grande. Mas o suco de kino é outra história, a glutonice de hoje fica por conta do rodízio de massas que fomos encarar na noite fria e chuvosa de ontem.

O que pesou na decisão, pelo menos pra mim, foi o custo-benefício do Café del Sur. A promessa era a de comer massa até dizer chega, por 12 reais. Lá fomos as quatro, eu, Talita, Priscila e Solange, conhecer esse pequeninho e aconchegante café / restaurante / bar. A casa traz no cardápio algumas especialidades portenhas, entre bebidas e comidas, acompanhadas (com um volume que podia ser menos alto) por um baixista que manda muito bem num repertório em que predomina jazz, mas que me ganhou quando tocou “Incompatibilidade de Gênios”, do João Bosco e do Aldir Blanc.

Voltando à mesa, como quem venceu na noite foi o bolso, a opção foi mesmo o rodízio. Funciona assim: recebemos várias comandas, com quatro tipos de massa (espaguete, talharim, penne e rigatone) para combinar com uma – ou até duas, pra quem arriscar misturar – das opções de molho (sugo, bolonhesa, amatriciana, pesto genovês, fungi secchi, quatro queijos, gorgonzola com castanha e carbonara). Vou falar aqui das minhas opções, que foram as que eu provei e é o que a memória permite lembrar depois de uma garrafa de Salton Classic Merlot (R$ 22) e outra de Callia (fico devendo a uva), segundo a atenciosa atendente “infinitamente melhor”, e pela qual pagamos os mesmos R$ 22, já que o Salton tinha acabado e ela abateu a diferença.

Pedidos feitos, passaram-se uns dez minutos até a chegada do meu talharim à carbonara, a melhor das três opções que eu fiz na noite. O molho estava com o tempero correto, o sal na medida, e o conjunto só pecou no que pra mim foi geral nos três pratos provados, (um aspecto que eu já falei aqui em outros posts, de outros lugares): tempo demais na panela. Fora isso, achei o prato bem equilibrado, sem carregar no sal, geralmente um problema nas preparações que levam bacon.

Enquanto eu me deliciava com o macarrão, com o vinho e com o papo, já era hora de fazer o próximo pedido, pro cozinheiro não perder o pique. A opção foi pelo penne ao pesto genovês (manjericão, azeite, queijo, alho e castanha), que também estava muito bom. A Talita reclamou que no dela, que ela pediu misturado com quatro queijos, não veio a castanha, que pra mim é o que faz toda a diferença e dá um sabor e crocância especiais. Talvez não tenha vindo porque ela pediu os molhos combinados.

Já partindo pra gula e pra outra garrafa, decidimos ir para o terceiro round. Dessa vez foi o simpaticíssimo cozinheiro que veio anotar os pedidos pessoalmente. Talita e eu optamos por dividir um espaguete de gorgonzola com castanha, porque era impossível comer um inteiro. Aliás, a dica é pedir meias porções sempre, pra ter a oportunidade de provar mais sabores, já que os pratos são bem generosos. Chegado o macarrão derradeiro, não sei se foi minha barriga já cheia, meu paladar alterado por tantos sabores ou o vinho fazendo efeito, não consegui sentir o gosto do gorgonzola. Mas registro aqui que provavelmente a culpa foi minha, e não do prato, já que a Talita (louca por gorgonzola) aprovou.

Alguns minutos pra digerir o exagero, sempre regado a goles de vinho, resolvemos encerrar a conta e a noite: R$ 31,30 pra cada, contabilizados o rodízio, as duas garrafas de vinho e uma de água mineral. Garantiram a segunda visita pelo excelente atendimento, pela boa comida, pela ótima música, combinação que resulta em um dos melhores custos-benefícios que vi por Floripa.


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terça-feira, 1 de setembro de 2009

O sabor do Cardamomo

Me perguntaram essa semana, num tom de implicância, por que eu sempre escrevo aqui sobre quem me acompanha aos lugares onde eu vou. O certo é que isso surgiu meio espontaneamente, mas tentei me justificar falando que esse espaço é mais que um amontoado de textos sobre comida. É um amontoado de textos sobre comida, sobre ambientes, sobre atendimento, sobre impressões e, inevitavelmente, sobre companhias. Talvez isso justifique um pouco, talvez o Ivan queira só me encher um pouco a paciência com críticas construtivas, mas o fato é que as minhas companhias da última aventura gastronômica foram boas demais para ignorá-las aqui.

A indicação do restaurante foi do Kojak, leitor do blog e o cara mais encantadoramente ranzinza que eu já conheci. Apostando que o bom gosto do meu amigo pra comida seria tão bom quanto o que tem pra músicas e filmes, chamei as meninas para conhecer o Cardamomo, um restaurante que, segundo o site (que precisa urgentemente ser melhorado), serve “pratos da culinária internacional à base de massas, risotos, carnes nobres e frutos do mar”. De cara já tinha gostado, quando vi o tal site, do fato de eles disponibilizarem o cardápio com a faixa de preços dos pratos, o que poupa qualquer surpresa desagradável e me ajudou a escolher o prato de antemão.

Chegando lá, descobrimos, eu e Talita, que a noite era de chopp em dobro. Pra não perder tempo, o garçom desceu um caneco de Opa (chopp de Joinville) de 500 ml (R$ 4,50), que tomamos na parte externa do restaurante, de frente para a Rio Branco, até que a Corinha e a Camila chegassem. Já acomodadas no deck, elas nos acompanharam também, e na segunda rodada partimos as quatro para os pedidos.

Eu, como não perco a oportunidade de manifestar meu instinto carnívoro, pedi um filé mignon recheado com brie ao molho de queijos, acompanhado de arroz primavera (R$ 27). Na mesma vibe “carne pra que te quero”, a Camila optou por um filé mignon ao molho poivre aromatizado com conhaque e guarnecido com arroz branco e salada (R$27). O lado saudável da mesa, representado por Corinha e Talita, escolheu o mesmo prato, um salmão grelhado ao brie na manteiga (ok, nem tão saudável assim...), com arroz selvagem e branco e brócolis ao alho (R$ 25 cada).

Depois de mandar ver na segunda rodada de Opa, decidimos esperar pela comidinha no salão interno, que tinha um movimento bem considerável pra uma quarta-feira em Florianópolis. O garçom, muito simpático e prestativo, nos sugeriu um espumante Casa Valduga demi-sec 2007 (R$ 34) que, segundo ele, era uma opção que casava tanto com a carne quanto com o peixe. Eu digo que até solteiro ele dava um caldo.

Feito o brinde, hora de atacar! O meu molho de queijos estava divino, e o arroz primavera delicioso, com aquele gostinho discreto de alho poró. O brie vinha por dentro do filé, muito cremoso, digno de capa da revista. O filé também estava bom, mas para o meu gosto podia ter ficado menos no fogo, preservando um pouquinho mais a suculência. Como trabalho é trabalho, me obriguei a provar os pratos das meninas. O filé da Camila estava no ponto certo, e molho também era muito bom, apesar de não trocar o meu pelo dela nunca. O salmão das meninas também estava delicioso, mas deixo que elas falem nos comentários qual foi a impressão do prato por completo. A minha, fora o ponto da carne, foi a melhor possível.





Não nos dando por satisfeitas, partimos para a sobremesa. Resolvemos dividir o desfalque no bolso e o excesso na balança, rachando os doces em duas. A Talita e a Cora foram conservadoras e pediram um petit gateau (R$ 12). Corinha disse que já comeu melhores, e ela sabe o que fala. Eu e Camila resolvemos nos aventurar no sabor do tempero que dá nome ao restaurante, e preferimos um sorvete de chocolate com cardamomo (R$ 12). Concluímos, depois de muito experimentar, que o gosto diferente parecia muito com gengibre. E não estávamos erradas. Minha amiga Wikipedia me contou que “o nome cardamomo é usado para designar diversas espécies em três gêneros da família do gengibre (as zingiberáceas)”. Para arrematar a noite, uma gentileza da casa: quatro bombonzinhos de chocolate com cardamomo. Com o bolso mais leve (R$ 211,20, no total) e o corpinho mais pesado, nos despedimos dos simpáticos sócios, Fernando e Victor, com a promessa de volta breve.

P.S: As fotos estão com a Corinha, coloco aqui assim que ela mandar. Já vou postar logo antes que alguém desista de ler o blog por falta de atualização ;)


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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

(muitos) Altos e (um) baixo na Confraria do Grão

Alguns lugares despertam sensações que vão além do sabor da comida. Lembram momentos, pessoas, cheiros. A Confraria do Grão é um desses refúgios que eu não me canso de ir, apesar de achar que deveria visitar mais, já que fica bem pertinho do trabalho, na Felipe Schmidt, e eu passo em frente todos os dias. Mas como impressões pessoais são pessoais e as sensações variam, vamos deixar os momentos, pessoas e cheiros de lado e partir para o efeito nas papilas gustativas. Elas costumam não se decepcionar na Confraria do Grão, ao contrário de hoje.
Depois de ter forrado a barriga com duas esfihas deliciosas da Dona Sandra às 6h30 da manhã e passado com o estômago vazio até o meio-dia, era mais do que hora de almoçar honestamente. Encontrei a Corinha e decidimos ir nesse café simpático, com uma decoração lindinha e bom atendimento, provar as omeletes que eu já tinha ficado de olho há algum tempo. Minhas incursões à Confraria do Grão tinham sido muito boas até então, seja pra tomar um Espresso Latte Médio (R$ 3,00) ou um deliciosamente calórico Café Tricolore (um espresso que leva leite condensado, chocolate e espuma de leite e custa R$ 6,50). Ou ainda me jogar no Capuccino Ice (R$ 5,50) mais delicioso que eu já tomei, acompanhado de uma quiche de tomate seco e ricota (R$ 3,00) que eu tentei reproduzir em casa, mas não ficou tão boa quanto a de lá.


Foto de divulgação - Café Espresso Latte

Já sustentando uma relação duradoura e de confiança (funciona mais ou menos como os relacionamentos) baseada nas experiências anteriores, resolvi apostar nas tais omeletes e levei a Cora pra apresentá-la ao lugar, depois de uma boa propaganda. Devidamente acomodadas nas confortáveis poltroninhas vermelhas, pedimos duas porções de omelete La Creme (queijo branco e peito de peru, a R$ 7,90) e dividimos uma lata de Coca Zero (R$ 2,80). O papo corria solto quando eu me dei conta que tinham passado 25 minutos e nada de chegar o pedido. Perguntei à garçonete, peça importantíssima nessa relação, se ainda iria demorar e ela respondeu que “omeletes eram demoradas pra fazer mesmo”. Respirei fundo e esperei pacientemente pelos cinco minutos que ela pediu. As porções muito justas de omeletes, duas pra cada uma, acompanhadas de uma folha de alface (que pra mim foi só decorativa mesmo, já que a omelete esquentou a alface e ela ficou murcha) chegaram com uma aparência apetitosa. Mas como quem vê cara não vê coração, ao contrário da aparência, elas estavam pra lá de salgadas. Mandamos ver mesmo assim, revezando omelete e Coca Zero pra dar uma enganada. Depois de extrapoladas as taxas de sódio na corrente sanguínea, deixei a Cora sozinha experimentando um tentador combo de Café Trufado com bolo de chocolate. Paguei meus R$ 10,70 e saí correndo atrasada pra trabalhar, acreditando que a minha relação sofreu apenas um pequeno estremecimento, mas que em breve devemos fazer as pazes com um Mochaccino ou quem sabe um Café Amarula.


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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O que o Ragazzo e a Sadia têm em comum

A propaganda é atraente: um ragazzone (Ragazzo + calzone, captou?) por R$ 0,46. Já tinha comido um à portuguesa e tinha achado bastante razoável. É o tipo de coisa que você morde e pela quantidade de sabores misturados pensa que só pode ser do Habib’s. E é. O Ragazzo, pra quem não conhece, é uma rede de fast food italiano que pertence ao Habib’s. O truque é o mesmo: substitua bibsfiha por ragazzone e coloque um preço muito baixo, depois compense no valor do resto.
O restaurante aqui de Floripa fica na Beiramar, na altura da Arno Hoeschl, bem perto do meu trabalho. Meio-dia a fome bate e é hora de dar um tempo no expediente. Sugeri à Bel que a gente fosse no Ragazzo, porque estava de saco cheio de ir nos mesmos restaurantes e achava que seria ridiculamente barato.
Não é nenhum assalto a mão armada, mas pra um almoço de todo dia e pelo que comemos, não achei nenhum pouco justo. A ideia era pedir algum tipo de massa, e de cara fomos atendidos por uma garçonete com o avental absurdamente sujo. Fizemos o pedido, que demorou uns 15 minutos pra chegar até a mesa. Eu optei por um canelone de presunto e queijo ao molho Alfredo (creme de leite, parmesão, manteiga e pimenta-do-reino), e a Bel um fusilli bicolor com molho à bolonhesa. O procedimento para servir é o seguinte: uma garçonete (era outra, não a do avental sujo) extremamente estabanada traz a massa em um recipiente de cerâmica com um aspecto terrível e joga a comida no prato do cliente. Não entendo por que, se ela já serve toda a porção (que é bastante generosa), o prato não vem pronto da cozinha, o que pouparia essa cena. Ou por que não é colocado numa travessa e o cliente que se sirva? Quanto mais complicado melhor...
Mas vamos ao que interessa, o rango. Penso que se te ocorre comparar a comida que você prova num restaurante com comida pré-pronta congelada, é melhor que o dono se disponha a largar o ramo e abrir uma lavação de carros ou uma floricultura. E foi exatamente essa a sensação: pegaram o canelone, cinco minutos no microondas, dali pra mesa. O prato da Bel, que eu belisquei, estava menos ruim, mas no melhor estilo profusão de temperos e sabores do Habib’s, ao contrário do meu que estava sem gosto nenhum. Conclusão: a diferença entre um congelado da Sadia e o meu canelone é que eu paguei R$ 10,45 por ele e fui mal atendida.


Visualizar Ragazzo em um mapa maior

domingo, 16 de agosto de 2009

Dia dos pais na Il Gallo del Mare Galletteria

Domingão de dia dos pais, a pedida é comer honestamente. Reservas feitas já na sexta e a garantia de conseguir uma mesa no salão de cima, com promessa de vista pra beiramar. O Il Gallo Del Mare funciona no mesmo lugar onde ficava a Casa de Coimbra, pertinho do shopping e onde você precisa contar com sorte ou chegar cedo pra conseguir estacionamento.
Optamos por chegar cedo, eu, seu Dilceu, dona Sandra, o Sandro e a Isabela e a galeteria ainda estava vazia. Conseguir uma mesa no salão de cima não garantiu uma vista pra beiramar, como eu tinha imaginado e como foi prometido no telefone. Ficamos bem longe da janela, colados num vidro que dava pra um depósito improvisado com caixas jogadas no chão, num clima meio de desorganização. As mesas eram pra quatro pessoas, e em uma antecipação do dia do solteiro, que foi ontem, eu, como elemento extra, fui obrigada a pedir uma segunda mesa e inutilizar três lugares que depois fizeram falta no restaurante já lotado.
O Sandro e a Bela já tinham ido lá antes, e a promessa de comer bem fez a gente perdoar (um pouco) o péssimo humor do garçom. Falar mal de atendimento em Florianópolis é chover no molhado, mas quando se paga consideravelmente bem, você espera mais do que boa comida. O garçom não respondia às perguntas, tinha o tique nervoso de colocar a língua de fora , atirou os pratos na mesa e arremessou a mineral no copo, a uma distância considerável. A água veio acompanhando o Miolo Seleção (Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir) 2006, que ele serviu sem apresentar o rótulo, nem a rolha, mas que estava ótimo (já falei aqui que não sou profunda conhecedora de vinhos).
Os pratos – surpresa! – são para duas pessoas, mas como a fome era grande, resolvemos apelar para duas porções de galeto, um macarrão alho e óleo e outro a carbonara. O excelente galeto veio acompanhado de uma ótima polenta e de salada de radici com bacon. Em vez de queijo em cima do galeto, ele pode ser pedido com vinagrete, mas pedimos o molho separado, pra acompanhar a salada. Foi o melhor vinagrete que eu já comi na vida, vale muito a pena pedir. A comida, ao contrário do atendimento, não decepcionou nem um pouco. Só o alho do macarrão passou do ponto e ficou aquele amarguinho não muito agradável




Salada de radici com bacon, polenta e galeto com vinagrete (kibados do site oficial)

Satisfeitos, acabamos de tomar nossa garrafinha de vinho, pedimos pra levar o que sobrou pro Claudinho, meu concunhado que agonizava de ressaca em casa e fomos completar a orgia alimentar com a torta mineira que a Dona Sandra tinha preparado na noite anterior. Preço da brincadeira: R$ 145,00 pras cinco pessoas.


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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Di Taroni Trattoria: combinações irresistíveis

Mais uma noite fria e chuvosa em Florianópolis, perfeita pra uma irresistível combinação massas/vinho. Depois de muito pensar, optamos, eu e o Geison, por uma trattoria que fica aqui mesmo pelo continente, em Coqueiros, bairro onde poucos restaurantes decepcionam. Tinha ouvido alguns bons comentários sobre a Di Taroni e como a ideia era visitar um lugar novo, lá fomos nós rumo ao desconhecido.
O restaurante não tem estacionamento próprio, mas um senhor simpático indica um que fica ao lado, que naquela quinta-feira de pouco movimento tinha vaga. Logo na chegada fomos muito bem recebidos e optamos por uma mesa no espaço de fora, que fica protegido por um vidro, onde pudemos nos abrigar do vento "sule" - ou minuano - e ainda curtir a vista da Hercílio Luz e do Parque de Coqueiros. O ambiente interno é muito bonitinho também, com vários motivos italianos pendurados nas paredes.



Salão interno e entrada


O cardápio e a carta de vinhos vieram pelas mãos de um garçom educadíssimo, que se mudou de Goiânia pra Floripa e estava ali há apenas duas semanas. Como de vinhos eu sei mais tomar que escolher, deixei a tarefa pro Geison, que acertou na opção por meia garrafa de um Terranoble Cabernet Sauvignon 2007, com um custo-benefício muito honesto (liguei de novo lá porque não lembrava do preço, e me disseram que custava R$ 39,00. Pelo que eu me lembre foi menos, até porque a matemática não fecha. Enfim...). A escolha do prato ficou comigo, e eu não fiz feio pedindo um Tagliatelle Nona Vecchia (R$ 42,90). O prato, que serve muito bem duas pessoas, trouxe a segunda combinação irresistível da noite: tomate e manjericão. O molho, com os tomates ainda meio inteirinhos, do jeito que eu gosto, era acompanhado de filés cortados em tiras e azeitonas pretas, com sal e tempero no ponto certo. O que passou um pouco do ponto foi o tagliatelle que, para mim, podia ter ficado um pouquinho menos na panela e não ficou al dente. Pra fechar a terceira combinação irresistível, parmesão ralado por cima do molho!
Muitíssimo bem servidos e sem espaço pra sobremesa, pedimos a conta: 78 reais para os dois, incluídos o prato, o vinho excelente, uma água mineral e a satisfação - rara em Florianópolis - de ser bem atendida.


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