quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Festival no Sushi Roots

Não, ainda não desisti do blog, estava apenas apanhando pros prometidos ícones. O placar por enquanto é 10 x 0 pra eles, então vou postar os provisórios aqui, só pra não furar a promessa. Obrigada pra quem comentou, elogiou, criticou, aqui pelo blog e por outros meios, e também pra quem deu boas sugestões pra melhorar. E por falar em críticas, vou atender alguém (não lembro quem), que esses dias soltou um “mas você não vai falar de nenhum sushi?”. Aí vai, com a ressalva de que, apesar de adorar, não sou nenhuma especialista. Aliás, diz o Luiz Américo (o mesmo que falei no último post) que só por aqui as pessoas se metem a falar de todas as cozinhas. Nos EUA, por exemplo, há especialistas em cozinha mexicana, japonesa, chinesa...bom, enquanto eu não decido por nenhuma, dou pitaco em todas. Lá vai!

O lugar da vez se chama Sushi Roots. Ao contrário das expectativas criadas pelo nome, nada de sushiman com dreadlocks ou cannabis em vez de algas nori. A noite era de comemoração, aniversário da Corinha, que de antemão já me passou o site do restaurante, pra eu me inteirar do lugar, da comida, da localização. Sim, da localização. O conselho é: compre um GPS antes de se aventurar a procurar o Sushi Roots numa noite deserta de inverno na Barra da Lagoa – ou, simplesmente, vá com alguém com um senso de localização mais apurado que o meu. E peça ajuda ao Google Maps (ta aí embaixo).

Depois de dar a volta à ilha a procura do restaurante e encontrar as meninas nos esperando, veio a segunda lição do dia. Nada de chegar às 21h da noite e querer sentar, o negócio é chegar cedo, porque o lugar é bem pequeno e lota, principalmente nos dias do festival do sushi, às segundas e quintas. Aquela era uma quinta-feira, ou em outras palavras: morra comendo por R$ 32 se você for mulher, ou por R$ 42 se não tiver nascido com a mesma sorte. Ok, também acho uma desproporção a diferença de preços, mas juro que eu não reclamei.

Antes do combate, eu e o Geison resolvemos apostar de cara na sakerinha de morango (R$ 8), que estava deliciosa, suave, doce no ponto, geladinha. Pra abrir o apetite, emendamos numa longneck de Heineken (R$ 4,50), antes de partir pro abraço. Eles distribuem comandas com todas as opções de uramakis, temakis, hots, sashimis, nigiris (esqueci alguma coisa?), a pessoa escolhe o quê e quanto quer e espera essa bandeja colorida e apetitosa pousar na mesa. Se a pessoa, no caso, for eu, afoga no shoyu, se atrapalha com os hashis, e manda ver.


Dia de festival


Os sushimen


O que interessa

*Obs: fotos do site

Resumo da ópera: para uma leiga como eu, estava ótimo, com base principalmente na comparação com os outros sushis aqui de Floripa. O custo / benefício é um dos melhores também comparativamente, se a ideia for se acabar comendo. De quebra, se o programa for de dia, dá pra aproveitar a vista linda da Lagoa. O lugar fica junto de uma marina, então dá pra ir até o deck e, no verão, arriscar pegar uma micose molhando os pezinhos. O atendimento também não decepcionou, foi até bastante eficiente, já que a casa estava cheia.

Enfim, se tiver um GPS, chegar cedo, se dispuser a comer muito e desembolsar cerca de 40 mangos, esse é o lugar.

Vai aí então o sistema de ícones versão meia-boca, por enquanto, chupinhado da ideia do Duda, usando uma escala de zero a cinco:

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫♫♫
Momosidade (casal): ♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Eu só queria um espresso

Não se assustem com o tamanho do post. A primeira parte é sobre o café Sorrentino e a outra é uma terapia virtual de grupo. Resolvi colocar tudo junto pra ver se eu forçava todo mundo a ler a terapia / pesquisa de opinião. Então leiam! E escrevam!

Admiro a adaptabilidade das pessoas a outras pessoas, a lugares, a situações e, principalmente, a barulhos. Quando o desafio diário é gastar grande parte do tempo no centro de Florianópolis, a adaptação ao último item é mais que um rito de sobrevivência, é quase uma arte. Em meio a “corte cabelo com profissional”, “câmbio-dólar”, “cartão telefônicooo” e “compro e vendo ouro, pago bem no ouro” a mínimos 100 decibéis, nada melhor que um café, num ambiente agradável, onde você possa sentar longe dessa gritaria e relaxar, não? Não. Pelo menos não no Sorrentino Cafés e Doces.

Depois da barriga forrada por um punhado de sushis do restaurante meia boca perto da Praça XV (outra história), meu bom humor estava garantido pelas próximas horas. Nem mesmo dar de cara com a porta fechada da bilheteria do TAC abalou meu espírito Poliana. Se eu tinha que matar meia hora pra comprar o ingresso pro Dominguinhos (valeu a espera, o show foi sensacional), que isso fosse regado pelo menos por um café. Fui até o tradicional café Sorrentino, na rua entre o Banco do Brasil e a Catedral, porque as mesinhas num estilo trenzinho nos degraus da escada me pareceram muito simpáticas e eu resolvi apostar.

Era 12h30 e o café, que também serve PF estava cheio. Fiquei no balcão esperando pra ser atendida e quando se dignaram a fazer isso, pedi meu espresso puro pequeno (R$1,75). O cara que me atendeu (que parecia o dono) fez isso ao mesmo tempo em que falava ao telefone, a coisa mais irritante do mundo depois das pessoas que ouvem música no ônibus sem fones de ouvido. Meu simples espresso demorou 10 cronometrados minutos pra chegar à mesa do segundo degrau. O café Segafredo estava bom, forte e na temperatura certa, mas o ambiente não poderia ser pior. Tomar café ao som de “Desce dois almoços completos e um meio” não é o que eu considero uma boa fuga dos barulhos inconvenientes do centro.



* “Eu só queria um espresso” foi uma referência ao excelente “Eu só queria jantar”, blog pro qual o crítico Luiz Américo escreve no Paladar, do Estadão e que merece ser visitado e revisitado e revisitado.


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Então povo, a democracia é (quase) sempre a melhor forma de resolver as coisas. O blog está ganhando mais leitores a cada dia, e eu até me surpreendi com pessoas que eu nem conheço escrevendo e-mails e deixando scraps no orkut (pessoa desconhecida que deixou o scrap, eu não sou metida, o recado sumiu misteriosamente e eu não pude responder, se manifeste de novo!). Nessas trocas de ideia, sempre surge um “o blog ta muito legal, mas...”, o que é ótimo que vocês falem, pra não me deixar fazendo besteira demais por aqui sem que ninguém avise. Bom, vamos ao que interessa, que é o que precisa melhorar por aqui. Então conto com a ajuda de vocês pra me falar por comentário, e-mail, orkut, twitter ou qualquer outro meio de comunicação viável e conhecido, sobre as seguintes questões:

- fotos (mais e melhores): sei que o apelo visual é importantíssimo quando se fala em comida. A minha condição amadora às vezes deixa isso a desejar, tanto na aptidão pra tirar fotos quanto na lembrança de que eu agora escrevo para um blog e devo andar com uma câmera a tiracolo.

- ícones: isso tem que ter mesmo. Era uma ideia que tinha desde a criação, mas que fui deixando passar e que o Duda fez muito bem em relembrar nos comentários. No próximo post pretendo começar com eles, e colocá-los também nos post anteriores. Me cobrem.

- textos longos: eu adoro. Muita gente que passa por aqui também gosta. O Norberto disse que acha que eles têm que ser menores e quase me convenceu. Espero que vocês me convençam do contrário, pra eu continuar com a mania de falar demais, como nesse post aqui mesmo. Acho que aqui a solução pra quem não tem tempo é recorrer aos ícones e me deixar ser egoísta e feliz escrevendo descontroladamente. O que vocês acham?

- referências a outros blogs: um ponto importante pra fazer amiguinhos e divulgar o meu trabalho. O problema é que esse template (que eu peguei pronto, óbvio) não tem espaço pra links dos blogs que eu visito. Alguém se disponibiliza a ajudar uma analfabeta?

- dicas supimpas: vou largar de vez em quando uns drops de coisas legais pra vocês visitarem, como o blog do Luiz Américo que eu falei hoje, e que realmente vale a pena conferir.

- referências a pessoas e delongas: bom, a história do Ivan, e que o Daniel falou também. Por que eu falo tanto das pessoas e de mim? Isso é chato? Acho simpático. O Daniel acha que eu sou preguiçosa e que essa é a maneira mais fácil de escrever. Desconfio que ele tem razão.

- e a comida?: crítica do Joaquim, que diz que eu falo pouco sobre a comida em si. Primeiro acho que não sou gabaritada o suficiente pra falar com autoridade, e depois sou alguém que gosta de escrever também sobre todas as outras impressões. Me convençam de que o Joaquim é um cozinheiro chato que quer ouvir falar só sobre comida e não sobre o lugar, o atendimento, o preço...

Esqueci de alguém que falou alguma coisa? Enfim, quero que vocês me dêem esse feedback. Se vocês se deram ao trabalho de ler até aqui, não sejam sacanas com o tempo de vocês e façam valer. Comentem, digam o que acham, critiquem, mas não esqueçam também de elogiar!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Café del Sur e o custo - benefício

Café Del Sur foi o lugar escolhido pelas meninas para mais uma noite de orgia gastronômica / alcoólica. Já tinha passado em frente algumas vezes, e até tomado um suquinho de kino no Kamu Kamu, que fica no mesmo prédio, no começo do Córrego Grande. Mas o suco de kino é outra história, a glutonice de hoje fica por conta do rodízio de massas que fomos encarar na noite fria e chuvosa de ontem.

O que pesou na decisão, pelo menos pra mim, foi o custo-benefício do Café del Sur. A promessa era a de comer massa até dizer chega, por 12 reais. Lá fomos as quatro, eu, Talita, Priscila e Solange, conhecer esse pequeninho e aconchegante café / restaurante / bar. A casa traz no cardápio algumas especialidades portenhas, entre bebidas e comidas, acompanhadas (com um volume que podia ser menos alto) por um baixista que manda muito bem num repertório em que predomina jazz, mas que me ganhou quando tocou “Incompatibilidade de Gênios”, do João Bosco e do Aldir Blanc.

Voltando à mesa, como quem venceu na noite foi o bolso, a opção foi mesmo o rodízio. Funciona assim: recebemos várias comandas, com quatro tipos de massa (espaguete, talharim, penne e rigatone) para combinar com uma – ou até duas, pra quem arriscar misturar – das opções de molho (sugo, bolonhesa, amatriciana, pesto genovês, fungi secchi, quatro queijos, gorgonzola com castanha e carbonara). Vou falar aqui das minhas opções, que foram as que eu provei e é o que a memória permite lembrar depois de uma garrafa de Salton Classic Merlot (R$ 22) e outra de Callia (fico devendo a uva), segundo a atenciosa atendente “infinitamente melhor”, e pela qual pagamos os mesmos R$ 22, já que o Salton tinha acabado e ela abateu a diferença.

Pedidos feitos, passaram-se uns dez minutos até a chegada do meu talharim à carbonara, a melhor das três opções que eu fiz na noite. O molho estava com o tempero correto, o sal na medida, e o conjunto só pecou no que pra mim foi geral nos três pratos provados, (um aspecto que eu já falei aqui em outros posts, de outros lugares): tempo demais na panela. Fora isso, achei o prato bem equilibrado, sem carregar no sal, geralmente um problema nas preparações que levam bacon.

Enquanto eu me deliciava com o macarrão, com o vinho e com o papo, já era hora de fazer o próximo pedido, pro cozinheiro não perder o pique. A opção foi pelo penne ao pesto genovês (manjericão, azeite, queijo, alho e castanha), que também estava muito bom. A Talita reclamou que no dela, que ela pediu misturado com quatro queijos, não veio a castanha, que pra mim é o que faz toda a diferença e dá um sabor e crocância especiais. Talvez não tenha vindo porque ela pediu os molhos combinados.

Já partindo pra gula e pra outra garrafa, decidimos ir para o terceiro round. Dessa vez foi o simpaticíssimo cozinheiro que veio anotar os pedidos pessoalmente. Talita e eu optamos por dividir um espaguete de gorgonzola com castanha, porque era impossível comer um inteiro. Aliás, a dica é pedir meias porções sempre, pra ter a oportunidade de provar mais sabores, já que os pratos são bem generosos. Chegado o macarrão derradeiro, não sei se foi minha barriga já cheia, meu paladar alterado por tantos sabores ou o vinho fazendo efeito, não consegui sentir o gosto do gorgonzola. Mas registro aqui que provavelmente a culpa foi minha, e não do prato, já que a Talita (louca por gorgonzola) aprovou.

Alguns minutos pra digerir o exagero, sempre regado a goles de vinho, resolvemos encerrar a conta e a noite: R$ 31,30 pra cada, contabilizados o rodízio, as duas garrafas de vinho e uma de água mineral. Garantiram a segunda visita pelo excelente atendimento, pela boa comida, pela ótima música, combinação que resulta em um dos melhores custos-benefícios que vi por Floripa.


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terça-feira, 1 de setembro de 2009

O sabor do Cardamomo

Me perguntaram essa semana, num tom de implicância, por que eu sempre escrevo aqui sobre quem me acompanha aos lugares onde eu vou. O certo é que isso surgiu meio espontaneamente, mas tentei me justificar falando que esse espaço é mais que um amontoado de textos sobre comida. É um amontoado de textos sobre comida, sobre ambientes, sobre atendimento, sobre impressões e, inevitavelmente, sobre companhias. Talvez isso justifique um pouco, talvez o Ivan queira só me encher um pouco a paciência com críticas construtivas, mas o fato é que as minhas companhias da última aventura gastronômica foram boas demais para ignorá-las aqui.

A indicação do restaurante foi do Kojak, leitor do blog e o cara mais encantadoramente ranzinza que eu já conheci. Apostando que o bom gosto do meu amigo pra comida seria tão bom quanto o que tem pra músicas e filmes, chamei as meninas para conhecer o Cardamomo, um restaurante que, segundo o site (que precisa urgentemente ser melhorado), serve “pratos da culinária internacional à base de massas, risotos, carnes nobres e frutos do mar”. De cara já tinha gostado, quando vi o tal site, do fato de eles disponibilizarem o cardápio com a faixa de preços dos pratos, o que poupa qualquer surpresa desagradável e me ajudou a escolher o prato de antemão.

Chegando lá, descobrimos, eu e Talita, que a noite era de chopp em dobro. Pra não perder tempo, o garçom desceu um caneco de Opa (chopp de Joinville) de 500 ml (R$ 4,50), que tomamos na parte externa do restaurante, de frente para a Rio Branco, até que a Corinha e a Camila chegassem. Já acomodadas no deck, elas nos acompanharam também, e na segunda rodada partimos as quatro para os pedidos.

Eu, como não perco a oportunidade de manifestar meu instinto carnívoro, pedi um filé mignon recheado com brie ao molho de queijos, acompanhado de arroz primavera (R$ 27). Na mesma vibe “carne pra que te quero”, a Camila optou por um filé mignon ao molho poivre aromatizado com conhaque e guarnecido com arroz branco e salada (R$27). O lado saudável da mesa, representado por Corinha e Talita, escolheu o mesmo prato, um salmão grelhado ao brie na manteiga (ok, nem tão saudável assim...), com arroz selvagem e branco e brócolis ao alho (R$ 25 cada).

Depois de mandar ver na segunda rodada de Opa, decidimos esperar pela comidinha no salão interno, que tinha um movimento bem considerável pra uma quarta-feira em Florianópolis. O garçom, muito simpático e prestativo, nos sugeriu um espumante Casa Valduga demi-sec 2007 (R$ 34) que, segundo ele, era uma opção que casava tanto com a carne quanto com o peixe. Eu digo que até solteiro ele dava um caldo.

Feito o brinde, hora de atacar! O meu molho de queijos estava divino, e o arroz primavera delicioso, com aquele gostinho discreto de alho poró. O brie vinha por dentro do filé, muito cremoso, digno de capa da revista. O filé também estava bom, mas para o meu gosto podia ter ficado menos no fogo, preservando um pouquinho mais a suculência. Como trabalho é trabalho, me obriguei a provar os pratos das meninas. O filé da Camila estava no ponto certo, e molho também era muito bom, apesar de não trocar o meu pelo dela nunca. O salmão das meninas também estava delicioso, mas deixo que elas falem nos comentários qual foi a impressão do prato por completo. A minha, fora o ponto da carne, foi a melhor possível.





Não nos dando por satisfeitas, partimos para a sobremesa. Resolvemos dividir o desfalque no bolso e o excesso na balança, rachando os doces em duas. A Talita e a Cora foram conservadoras e pediram um petit gateau (R$ 12). Corinha disse que já comeu melhores, e ela sabe o que fala. Eu e Camila resolvemos nos aventurar no sabor do tempero que dá nome ao restaurante, e preferimos um sorvete de chocolate com cardamomo (R$ 12). Concluímos, depois de muito experimentar, que o gosto diferente parecia muito com gengibre. E não estávamos erradas. Minha amiga Wikipedia me contou que “o nome cardamomo é usado para designar diversas espécies em três gêneros da família do gengibre (as zingiberáceas)”. Para arrematar a noite, uma gentileza da casa: quatro bombonzinhos de chocolate com cardamomo. Com o bolso mais leve (R$ 211,20, no total) e o corpinho mais pesado, nos despedimos dos simpáticos sócios, Fernando e Victor, com a promessa de volta breve.

P.S: As fotos estão com a Corinha, coloco aqui assim que ela mandar. Já vou postar logo antes que alguém desista de ler o blog por falta de atualização ;)


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