sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pra não dizer que não falei do Brasil Sabor

Eis que, como Freddy Krueger, eu volto das cinzas pra mais um post. Todos têm razão em me xingar por ficar tanto tempo sem postar nada aqui e acho que muita gente desistiu pelo caminho. O negócio é que isso aqui começou como uma brincadeira que está dando certo. Fui chamada pra fazer uns freelas por causa do blog e ele também foi o grande encorajador do meu TCC, que eu ainda não contei pra vocês. Vai ser uma publicação de gastronomia, nos moldes da Revista Gosto (sou fã de carteirinha), com pautas de Floripa. Então, o que eu posso dizer é que estão rolando muitas entrevistas com gente boa de Floripa, que está fazendo alguma coisa pra levantar a moral da nossa cozinha. Depois que eu defender o trabalho, compartilho aqui com vocês, mas já posso adiantar que um TCC nunca foi tão gostoso (óbvio que tinha que ter um trocadilho infame). Ao post, leitores!

Apesar da correria toda da vida, não queria deixar o Brasil Sabor passar sem provar pelo menos um prato. A escolha foi direcionada totalmente pela distância entre a minha casa e o restaurante. Fomos então de Pitangueiras, um restaurante com uma vista privilegiada da Ponta do Sambaqui. A noite era fria e chuvosa, mas Sambaqui consegue ser bonita mesmo assim. Já tinha ido ao Pitangueiras na alta temporada, em um domingo, o que é sinônimo de no mínimo uma hora de espera entre o pedido e o prato na mesa. Desta vez, como fomos à noite, na baixa temporada, durante a semana, tivemos mais sorte com o movimento e também o privilégio de conversar um bocado com o Valentin, o mui simpático garçom que trabalha há anos por lá. Como estava friozinho, ficamos do lado de dentro e não curtimos o deck com a vista maravilhosa. Mas coloco aqui a foto deles pra vocês terem uma ideia.


Divulgação

O prato criado para o Brasil Sabor foi o Côngrio ao molho de siri (a receita vocês conferem aqui). Esse pedido já estava feito, nos restou apenas escolher a bebida. Como estávamos no Pitangueiras, nada melhor que uma caipira de pitanga. Valentin prontamente nos informou que foi ele o criador do drink e que, com o passar dos anos, abriu a opção de substituir a vodka pelo saquê. Saquerinha de pitanga, um luxo só! O saquê deixa a bebida bem leve, o que é um perigo pros mais fracos. Como não é o meu caso, mandei ver.



Depois de um tempinho de espera chega à mesa o côngrio grelhado ao molho de siri flambado, com creme de leite fresco, arroz e a delícia da noite: siri mole (R$ 59, para duas pessoas). o processo do siri mole é o seguinte: o pobre bicho é surpreendido pela crueldade humana quando vai trocar de casca. Ele é morto durante essa transição para poder chegar até nós inteiro, limpinho e mole. Passado o momento de compaixão (que durou dois segundos), nos deliciamos com a carne macia, saborosa e branquinha do siri empanado inteiro. Recomendadíssimo. Acho mesmo que ele rouba a cena do restante do prato. Gostei do côngrio, mas acho que pesaram um pouco a mão no tempero e ele perdeu espaço pro molho de siri. Mas comeria novamente sem pensar duas vezes. O up ficou por conta do molho de pimenta com manga do Brasil Sabor. Sou suspeita de falar sobre pimentas, já que eu adoro. Mas o Geison, que não é muito fã, não me deixa mentir. Pimenta muito saborosa e nada ardida, como deve ser.



Ao final da noite, pedimos a conta. Na contramão da exploração que geralmente se vê nos restaurantes daqui, o Pitangueiras não cobra taxa de serviço. Se você for bem atendido, contribui com o que acha justo. Como o atendimento foi excelente, com direito a explicação sobre drinks e aula sobre predação implacável de siris, nada mais justo que reconhecer o trabalho do nosso amigo Valentin. Entre conta e gorjeta, gastamos no total R$ 77,50. Detalhe importante: o festival acaba amanhã, mas não precisa correr pra não perder a chance de comer essa delícia. O prato fez tanto sucesso que vai entrar pro cardápio.

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito
Estacionamento para carros e barcos (très chic!)


Serviço:
O Pitangueiras abre de quarta a segunda-feira, das 11:30 às 24:00.
(48) 3335.0398
http://www.restaurantepitangueiras.com.br/


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