sexta-feira, 23 de julho de 2010

Menos é mais no Vadinho

Juro pra vocês que eu fiquei envergonhada de nunca mais dar as caras e já estava decidida a parar de escrever de vez. Foi então que acessei o Analytics e percebi que vocês são uns fofos que não deixam de entrar aqui, mesmo eu sendo a blogueira mais relapsa do mundo. Isso sensibilizou meu coraçãozinho e vou tentar, com todas as minhas forças, atualizar mais frequentemente.

Sei que isso já está parecendo a história do menininho e do lobo (alguém lembra disso? A tia da escola contava na tentativa frustrada de me impedir de mentir descaradamente. Pra quem não se atinou, a dica é Google: “O menino e o lobo”). Mas agora que faculdade, TCC e formatura são termos banidos do meu dicionário (pelo menos por um tempo), acho que tudo vai ficar mais fácil.

A propósito, apresentei o TCC que tinha falado pra vocês, tirei 10 e agora sou uma jornalista formada, por mais que isso não queira dizer muito nos tempos de hoje. Em breve, assim que corrigir uns detalhes observados pela banca, disponibilizo aqui para vocês.

Muito tempo se passou, conheci alguns lugares, voltei a outros, comi, bebi, conheci gente bacaninha e veio a questão: falar de quem nessa volta triunfal? Por fim, decidi escrever sobre um lugar excelente e barato, que está fora do mainstream gastronômico florianopolitano: o Restaurante do Vadinho. Algumas pessoas já tinham me pedido para escrever sobre ele. Para compensar o meu descaso, aqui vai o post, para os sobreviventes do lado de lá:


É preciso vencer uma série de outros restaurantes mais vistosos e mais famosos (como o Arantes) até chegar ao último deles, no final da orla do Pântano do Sul. Estacionamento é algo que não existe. As pessoas geralmente deixam o carro ali mesmo na areia, entrando no clima “terra sem lei” do sul da Ilha, até que a ressaca nos expulse.

O Bar do Vadinho (valeu pela correção, Xexéu!) não tem cardápio. A comida é a mesma para todos, todos os dias: peixe da época (agora é tainha) em postas e/ou filé, pirão, salada, arroz, feijão, batata frita e a saborosíssima estopa – um desfiado de cação e arraia molhadinho e com um tempero maravilhoso, que é de comer de joelhos.


Tudo isso e muito mais por R$ 18

Segundo o próprio Lourival João Perão, o Vadinho, ex-pescador e dono do restaurante, ali se encontra a autêntica comida caseira do Pântano, um dos lugares mais manezinhos da ilha. Por módicos R$ 18 por pessoa (o preço é o mesmo para todos), come-se à vontade e de quebra dá para apreciar os quadros expostos nas paredes, produzidos com conchas e outros materiais, de autoria do próprio Vadinho.


Quadros do Vadinho, feitos com conchas e materiais rústicos

Se os clientes não se derem por satisfeitos com a primeira rodada de comida, o dono do restaurante e outros quatro garçons repõem as porções nas 19 mesas lotadas do restaurante. Eu e o Geison jogamos a toalha logo no primeiro round, com comida muito bem servida e de sabor espetacularmente simples.

O restaurante, que antigamente abrigava a venda do seu João Manuel Inácio, pai do Vadinho, abre todos os dias, dia e noite, durante a alta temporada. De abril a novembro, o almoço é servido aos fins de semana e feriados.

A dica é chegar cedo para garantir lugar. Se no tempo do seu João Manuel o destaque era o único gramofone da região, que fazia a venda ficar apinhada de gente, hoje é a comida que sai da cozinha de Vadinho que atrai turistas e moradores de Florianópolis em busca de uma refeição simples e saborosa.

Preço: $
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥
Aceita cartão de crédito / débito


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