quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Domingueira no Tamarutaca

Tamarutaca é um crustáceo muito feio que vive no fundo do mar. Quem me contou isso foi o Google, quando recorri a ele para encontrar o endereço do restaurante que leva o mesmo nome do tal bicho e fica na Barra da Lagoa. Domingo de sol é dia de sair para almoçar com a família. Formada a caravana, fomos conferir se o Tamarutaca é tudo isso que eu já ouvi falar de muitos dos meus leitores.

O restaurante fica na estrada da Fortaleza da Barra e estava cheio quando chegamos, pelas 13h da tarde. Esperamos poucos minutos até vagar uma mesa para oito pessoas e logo passamos aos pedidos, já que a fome era grande. Já tinha ouvido falar do Camarão ao Catupiry (R$85,80 para três pessoas) de lá, a especialidade da casa. O primeiro prato estava decidido. A segunda escolha foi o Congrio à Belle Meunière (R$69,80). Para a cunhada Bianca e o concunhado (ainda se usa essa palavra?) Pedro, que combinam até na alergia ao camarão, a opção foi o Linguado ao molho de dois queijos (R$64,80).

Para abrir o apetite, pedimos uma porção de camarão à milanesa (R$ 29,80). O empanado
estava delicioso: sequinho, crocante, lisinho. Deu até pra perdoar a pouca variedade de cervejas que o restaurante oferecia no dia (somente Skol e Bohemia).


Camarão à milanesa

Apesar do movimento intenso, não demorou muito para os pratos chegarem (nem tão demorados que cansem o cliente, nem tão rápidos que pareça que já estão prontos é o lema). O camarão refogado na manteiga veio encoberto pelo molho ao sugo com catupiry, acompanhado de arroz e batata palha (podiam caprichar mais no acompanhamento, né? Batata palha eu como em casa). O camarão...tão simples e tão divino. Temperos no ponto certo, ponto de cozimento também. Não estava borrachento, e tinha um sabor incrível, que não se perdeu em meio ao molho. Sim, é mesmo tudo o que tinham me falado.


O camarão ao catupiry

A segunda boa surpresa ficou por conta do congrio grelhado, coberto com camarão, alcaparras e champignon e acompanhado de arroz e batata sauté. Eu sou apaixonada por manteiga, champignon e alcaparras, logo, suspeita pra falar. Mas estava delicioso, o que foi confirmado pelo restante da mesa. O pessoal ficou em dúvida se elegia o congrio ou o camarão ao catupiry como o preferido do almoço.


Congrio à belle meunière


Aproveitei e também dei uma beliscada no linguado ao molho de dois queijos. Também estava muito gostoso, com sabor delicado.


Linguado aos dois queijos

O atendimento também foi muito simpático. Para os clientes que não dispensam o cafezinho ao final da refeição, eles trazem uma garrafa térmica e um potinho de biscoitos, como se estivéssemos em casa. Ao final, fomos embora com R$ 75 por casal a menos no bolso, mas com a certeza da volta breve!

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


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terça-feira, 21 de setembro de 2010

O que esperar da Fenaostra


Outubro está chegando e com ele todas as tradicionais festas de Santa Catarina. À parte da alucinação alcoólica de festas como a Oktober, Floripa recebe a Fenaostra. A Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana acontece todo ano desde 1999. Esta edição vai de 22 a 31 de outubro, no Centrosul. O lançamento aconteceu na semana passada, eu fui conferir e agora conto aqui pra vocês como foi e o que podemos esperar.

O evento de lançamento aconteceu na última quarta-feira (15), no Lira Tênis Clube, no Centro. Antes que alguém fique se perguntando, ninguém me pagou pra escrever, nem fui comprada por meia dúzia de ostras, eu juro. Cheguei atrasada e não acompanhei o desfile das candidatas a rainha e princesas (ahh, que pena!).

Em compensação, todas as mesinhas já estavam montadas, cada uma com a sua especialidade, prontas para a degustação. Tentei comer uma porção de cada coisa, para experimentar toda a variedade de pratos. Deixei de lado os clássicos in natura, ao bafo e gratinada e parti para as novidades.

Comecei pela ostra defumada, para abrir o apetite. Pra quem não conhece, é uma delícia. Lá, era servida em palitinhos pra degustação. Eu provei há um tempo a panqueca de ostras defumadas da Spaghetteria Santo Antônio e recomendo imensamente (mas a Spaghetteria não está na Fenaostra, tem que ir conferir em Santo Antônio de Lisboa. Aqui abaixo coloquei a lista dos participantes. Acredito que nem todos os listados estavam no lançamento).

Chegou a vez da Tapioca de ostras, da Tapioca Sul Brasil. Foi uma das porções preferidas da noite. A Tapioca vinha temperada com vinagrete suave e ostra ao bafo. Recomendo muito pra quem quiser provar algo diferente na festa.

Parti então para o macarrão com ostras, alho, brócolis e cebolinha, do Fratellanza. Não sei se foi a correria do evento (mas na festa com certeza vai ter muito mais gente), mas as ostras estavam frias. Foram pré-cozidas e acho que não deu tempo de esquentar junto com o macarrão. O macarrão também estava sem sal, mas al dente.

Do ladinho ficava a paella de ostras (tradicional, com direito a frango, porco, marisco, lula e tudo mais). Para mim, não foi a grande atração da noite. Acho que esse tipo de comida em larga escala compromete muito a qualidade. O prato é de um restaurante que ainda vai ser lançado aqui na capital e curiosamente não está na listinha dos participantes. Depois de uma dose de cachaça Mocotinha, dei sequência à saga.

O destaque da noite ficou por conta do crepe de ostras da Crepes Mania. O crepe tipo francês era recheado com ostra ao bafo, queijo e manjericão. Não tem como dar errado. Estava delicioso, com a ostra cozida na medida certa, sem ficar borrachenta, nem despedaçando. Foi o melhor da noite, com certeza.

Ao lado do crepe, destaque para o pastel de ostras do Estação 261. Acho que foi um dos que mais agradou o público e a mim também. Colo aqui abaixo a receita do recheio, disponibilizada pelo chef Fernando Gomes:

Receita de Pastel de Ostra à moda do Chef
6 ostras picadas
50 g de mussarela ralado
15 g de rockfort
1/4 de cebola brunoise (cortada em cubinhos pequenos)
30 g de cream cheese
1/2 limão galego
Modo de preparo:
Grelhe as cebolas e adicione a ostra picada, o cream cheese e o limão. Deixe esfriar. Acrescente o queijo e recheie o pastel.


Terminei o itinerário provando a Ostra combinada da Casa do Peixe. Nada mais era que um fundinho de mandioquinha, com ostra gratinada por cima. A promessa era de ser uma delícia, mas não agradou. O sabor adocicado da mandioquinha se sobressaiu demais e acho que naquela altura dos acontecimentos eu não estava tão disposta a comer mais ostras.

Não consegui provar todos os pratos, já que alguns acabaram antes de eu terminar o circuito. Ouvi falar muito bem do escondidinho de ostras e camarão do Galpão Pegorini. Também fiquei sabendo que o Freguesia vai servir novamente esse ano o já tradicional estrogonofe de ostras. Já provei no restaurante e garanto que é um dos melhores pratos que a Fenaostra oferece. Abaixo coloco uma foto de divulgação. Não esperem que a apresentação, na loucura da Festa, seja a mesma.

Foto: Sérgio Vignes/ Abrasel SC


Enfim...acabei me alongando no post pra dar conta de falar de todas as iguarias. Tenho minhas ressalvas quanto à Fenaostra. Acho caro pagar R$ 5 para entrar, R$ 10 de estacionamento e uma média de R$ 12 por meia dúzia de ostras ao bafo, por exemplo. Mas vale a pena conferir as dicas de coisas diferentes, como o crepe, a tapioca, ou o estrogonofe. Pra quem não conhece, a festa é bem família, no pavilhão do Centrosul, com direito a todo mundo falando ao mesmo tempo, filas e feirinha de artesanato. Pode ser um bom programa de domingo.

Pra ter uma ideia da vibe Fenaostra (foto da edição 2009)

Lista dos participantes:
Quiosques:
• Tapioca Sul Brasil
• Fratelli
• Crepes Mania
• Cachaça Mocotinha
Restaurantes:
• Rancho Açoriano
• Freguesia;
• Fratellanza
• Casa das Tortas
• Ostras e Ostras Coisas
• Casa do Peixe
• O Galpão Pegorini
• Ostradamus
• Estação 261
• Domini
• Ostras na Ilha
• Tens Tempo Café
Participam também as associações de maricultores AMAQUAI, Rede Rosa, AMANI e ASIMAR.


Aqui no site oficial vocês encontram toda a programação de atrações, shows etc.

Aviso aos xaropes de plantão: sei que muitos consideram uma heresia qualquer coisa que não seja ostra in natura. Aqui optei por falar também de outras preparações. E é só isso. Não estou pregando a revolta do queijo sobre a ostra, apenas mostrando outras possibilidades.


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