sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Os prós e os contras das compras coletivas

Nunca me senti tão público-alvo quanto no momento em que abri os primeiros e-mails de sites de compras coletivas. As chamadas eram irresistíveis: pizzas, doces, temakis, feijoadas, risotos a preços escandalosamente tentadores. Isso sem falar nas depilações a laser, aulas de ioga, rafting ou até mesmo cruzeiros. Como me sinto mais à vontade pra falar sobre comida a escrever sobre o “adeus aos pelos das axilas”, prefiro ficar nas ofertas gastronômicas.

As primeiras semanas foram de euforia – e um mês depois, de desespero, com a fatura do cartão de crédito. Não vou explicar aqui como funciona todo o processo, pois acredito que vocês vivem neste mundo e já, ao menos, ouviram falar sobre o sistema de compras (passou até no Estúdio Santa Catarina e no Fantástico, gente!). A proposta é eficiente, baseada no consumo por impulso, com o cronômetro regressivo assombrando na tela do computador – o que eu acho uma ótima estratégia, assim como quase toda a lógica do serviço.

A Dita Pizza é uma pizzaria muito simpática e bem recomendada, construída em pedra e com decoração elegante e rústica. A Dita lançou a oferta de uma pizza grande, mais um Salton Volpi Cabernet Sauvignon, por R$ 29,40. O preço original, sem a oferta, segundo o Compra Catarina, era de R$ 98,00.


Fachada da Dita Pizza (Divulgação)

Como a pizzaria fecha na terça-feira e o voucher não valia para finais de semana, resolvemos ir em uma quarta-feira, por volta das 22h. Confesso que a hora já era um pouco adiantada, mas decidimos arriscar mesmo assim. Mesmo com a noite chuvosa, a pizzaria, que comporta 70 pessoas, segundo o seu site, registrava uma lista de espera de quatro casais, amontoados no pequeno hall. Como moramos perto, eu e o Geison resolvemos desistir e voltar outro dia, mais cedo.

A segunda tentativa, com chegada às 20h, e duas semanas depois da compra, foi mais bem-sucedida. Nos acomodamos em uma das pouquíssimas mesas restantes, no centro do segundo salão, próximos à lareira. Era minha primeira vez na Dita Pizza e eu não sei se eles costumam dispor as mesas tão coladas umas nas outras ou aquele era o efeito-compra-coletiva. A garçonete, atenciosa, nos trouxe o vinho (o mesmo Salton Volpi de quase todas as mesas de casais, com suas devidas pizzas grandes) e a água mineral – essa por nossa conta. Tínhamos direito a três sabores e escolhemos Hirataki ao molho de ostras (molho de tomate, mussarela, cogumelo hirataki e molho de ostras), Queijo brie com damasco (molho de tomate, queijo brie e damasco flambado com alho poró) e San Parma (molho de tomate, mussarela, presunto Parma e orégano).

Depois de uma espera breve, a pizza chegou e comecei pela de hirataki. A massa estava fina, os cogumelos deliciosos, mas não senti qualquer vestígio do tal molho de ostras. O hirataki tem um sabor bastante pronunciado, talvez por isso não tenha sido uma boa combinação. Parti então para o próximo sabor, de presunto parma, que eu adoro. O pecado da vez foi deixar a pizza assar de forma irregular. O resultado foi um parma tostado além da conta, com gosto mais pra queimado que pra defumado. A melhor da noite foi a última a ser provada, com um equilíbrio bom entre os sabores delicados do brie, do damasco e do amado alho poró. Mas confesso que esperava mais, depois de tantas recomendações.


A pizza de damasco, brie e alho poró (Divulgação)


Pedimos para levar o restante do vinho, encerramos a conta no valor de uma água mineral e saímos com vontade de voltar em tempos sem efeito-compra-coletiva. Acredito que, por ser pequena, e não ter comportado o número de clientes que aderiram à promoção, a qualidade tenha caído. Para estes casos, acho que a limitação no número de cupons vendidos ajudaria bastante. Talvez tenha sido apenas um dia meia boca. Mas, como sabemos, constância é um valor que os restaurantes não podem se dar ao luxo de esquecer, mesmo em tempos de compra coletiva.

Atendimento: ☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito
Endereço: Rodovia Admar Gonzaga, 3595 / Subida do Morro da Lagoa
Telefone: 3334-0945
Abre de quarta a segunda, das 19h à meia-noite.


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Alguns sites que lançam ofertas aqui de Floripa:

Click On
Compra Catarina
Imperdível
Peixe Urbano

Conhecem mais algum? Me falem nos comentários que eu complemento aqui!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Olha eu na GOSTO!


Eu sensualizando com o meu trabalho. A foto é do simpaticíssimo Luiz Henrique Mendes, fotógrafo da GOSTO e responsável por muitas das capas lindas que a gente vê na revista. Esta edição da GOSTO aqui no canto inferior direito é a de outubro, onde consta a nota. Clica em cima pra ampliar e ler.


Olá, pessoal!

Depois desse feriado prolongado, venho aqui no blog compartilhar uma boa notícia com vocês. No mês passado, como já tinha comentado, fui a São Paulo mostrar meu Trabalho de Conclusão de Curso à redação da revista GOSTO. Eles gostaram muito do resultado e publicaram uma nota na edição de outubro da revista ;)

Pra quem não sabe, a GOSTO tem apenas um ano, mas já se firma como uma referência em jornalismo gastronômico no Brasil e em Portugal, com um time de profissionais muito experiente, que migrou da GULA para esta nova empreitada. A revista é editada pelo J. A. Dias Lopes, fundador e editor da GULA por 17 anos e colaborador do excelente caderno Paladar, do Estadão.

Meu trabalho foi pegar as referências editoriais e gráficas da revista, para construir uma edição especial Florianópolis. Na nota que eu reproduzi acima, o jornalista Claudio Fragata descreve como foi o processo.

Beijos e abraços a todos!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Domingueira no Tamarutaca

Tamarutaca é um crustáceo muito feio que vive no fundo do mar. Quem me contou isso foi o Google, quando recorri a ele para encontrar o endereço do restaurante que leva o mesmo nome do tal bicho e fica na Barra da Lagoa. Domingo de sol é dia de sair para almoçar com a família. Formada a caravana, fomos conferir se o Tamarutaca é tudo isso que eu já ouvi falar de muitos dos meus leitores.

O restaurante fica na estrada da Fortaleza da Barra e estava cheio quando chegamos, pelas 13h da tarde. Esperamos poucos minutos até vagar uma mesa para oito pessoas e logo passamos aos pedidos, já que a fome era grande. Já tinha ouvido falar do Camarão ao Catupiry (R$85,80 para três pessoas) de lá, a especialidade da casa. O primeiro prato estava decidido. A segunda escolha foi o Congrio à Belle Meunière (R$69,80). Para a cunhada Bianca e o concunhado (ainda se usa essa palavra?) Pedro, que combinam até na alergia ao camarão, a opção foi o Linguado ao molho de dois queijos (R$64,80).

Para abrir o apetite, pedimos uma porção de camarão à milanesa (R$ 29,80). O empanado
estava delicioso: sequinho, crocante, lisinho. Deu até pra perdoar a pouca variedade de cervejas que o restaurante oferecia no dia (somente Skol e Bohemia).


Camarão à milanesa

Apesar do movimento intenso, não demorou muito para os pratos chegarem (nem tão demorados que cansem o cliente, nem tão rápidos que pareça que já estão prontos é o lema). O camarão refogado na manteiga veio encoberto pelo molho ao sugo com catupiry, acompanhado de arroz e batata palha (podiam caprichar mais no acompanhamento, né? Batata palha eu como em casa). O camarão...tão simples e tão divino. Temperos no ponto certo, ponto de cozimento também. Não estava borrachento, e tinha um sabor incrível, que não se perdeu em meio ao molho. Sim, é mesmo tudo o que tinham me falado.


O camarão ao catupiry

A segunda boa surpresa ficou por conta do congrio grelhado, coberto com camarão, alcaparras e champignon e acompanhado de arroz e batata sauté. Eu sou apaixonada por manteiga, champignon e alcaparras, logo, suspeita pra falar. Mas estava delicioso, o que foi confirmado pelo restante da mesa. O pessoal ficou em dúvida se elegia o congrio ou o camarão ao catupiry como o preferido do almoço.


Congrio à belle meunière


Aproveitei e também dei uma beliscada no linguado ao molho de dois queijos. Também estava muito gostoso, com sabor delicado.


Linguado aos dois queijos

O atendimento também foi muito simpático. Para os clientes que não dispensam o cafezinho ao final da refeição, eles trazem uma garrafa térmica e um potinho de biscoitos, como se estivéssemos em casa. Ao final, fomos embora com R$ 75 por casal a menos no bolso, mas com a certeza da volta breve!

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


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terça-feira, 21 de setembro de 2010

O que esperar da Fenaostra


Outubro está chegando e com ele todas as tradicionais festas de Santa Catarina. À parte da alucinação alcoólica de festas como a Oktober, Floripa recebe a Fenaostra. A Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana acontece todo ano desde 1999. Esta edição vai de 22 a 31 de outubro, no Centrosul. O lançamento aconteceu na semana passada, eu fui conferir e agora conto aqui pra vocês como foi e o que podemos esperar.

O evento de lançamento aconteceu na última quarta-feira (15), no Lira Tênis Clube, no Centro. Antes que alguém fique se perguntando, ninguém me pagou pra escrever, nem fui comprada por meia dúzia de ostras, eu juro. Cheguei atrasada e não acompanhei o desfile das candidatas a rainha e princesas (ahh, que pena!).

Em compensação, todas as mesinhas já estavam montadas, cada uma com a sua especialidade, prontas para a degustação. Tentei comer uma porção de cada coisa, para experimentar toda a variedade de pratos. Deixei de lado os clássicos in natura, ao bafo e gratinada e parti para as novidades.

Comecei pela ostra defumada, para abrir o apetite. Pra quem não conhece, é uma delícia. Lá, era servida em palitinhos pra degustação. Eu provei há um tempo a panqueca de ostras defumadas da Spaghetteria Santo Antônio e recomendo imensamente (mas a Spaghetteria não está na Fenaostra, tem que ir conferir em Santo Antônio de Lisboa. Aqui abaixo coloquei a lista dos participantes. Acredito que nem todos os listados estavam no lançamento).

Chegou a vez da Tapioca de ostras, da Tapioca Sul Brasil. Foi uma das porções preferidas da noite. A Tapioca vinha temperada com vinagrete suave e ostra ao bafo. Recomendo muito pra quem quiser provar algo diferente na festa.

Parti então para o macarrão com ostras, alho, brócolis e cebolinha, do Fratellanza. Não sei se foi a correria do evento (mas na festa com certeza vai ter muito mais gente), mas as ostras estavam frias. Foram pré-cozidas e acho que não deu tempo de esquentar junto com o macarrão. O macarrão também estava sem sal, mas al dente.

Do ladinho ficava a paella de ostras (tradicional, com direito a frango, porco, marisco, lula e tudo mais). Para mim, não foi a grande atração da noite. Acho que esse tipo de comida em larga escala compromete muito a qualidade. O prato é de um restaurante que ainda vai ser lançado aqui na capital e curiosamente não está na listinha dos participantes. Depois de uma dose de cachaça Mocotinha, dei sequência à saga.

O destaque da noite ficou por conta do crepe de ostras da Crepes Mania. O crepe tipo francês era recheado com ostra ao bafo, queijo e manjericão. Não tem como dar errado. Estava delicioso, com a ostra cozida na medida certa, sem ficar borrachenta, nem despedaçando. Foi o melhor da noite, com certeza.

Ao lado do crepe, destaque para o pastel de ostras do Estação 261. Acho que foi um dos que mais agradou o público e a mim também. Colo aqui abaixo a receita do recheio, disponibilizada pelo chef Fernando Gomes:

Receita de Pastel de Ostra à moda do Chef
6 ostras picadas
50 g de mussarela ralado
15 g de rockfort
1/4 de cebola brunoise (cortada em cubinhos pequenos)
30 g de cream cheese
1/2 limão galego
Modo de preparo:
Grelhe as cebolas e adicione a ostra picada, o cream cheese e o limão. Deixe esfriar. Acrescente o queijo e recheie o pastel.


Terminei o itinerário provando a Ostra combinada da Casa do Peixe. Nada mais era que um fundinho de mandioquinha, com ostra gratinada por cima. A promessa era de ser uma delícia, mas não agradou. O sabor adocicado da mandioquinha se sobressaiu demais e acho que naquela altura dos acontecimentos eu não estava tão disposta a comer mais ostras.

Não consegui provar todos os pratos, já que alguns acabaram antes de eu terminar o circuito. Ouvi falar muito bem do escondidinho de ostras e camarão do Galpão Pegorini. Também fiquei sabendo que o Freguesia vai servir novamente esse ano o já tradicional estrogonofe de ostras. Já provei no restaurante e garanto que é um dos melhores pratos que a Fenaostra oferece. Abaixo coloco uma foto de divulgação. Não esperem que a apresentação, na loucura da Festa, seja a mesma.

Foto: Sérgio Vignes/ Abrasel SC


Enfim...acabei me alongando no post pra dar conta de falar de todas as iguarias. Tenho minhas ressalvas quanto à Fenaostra. Acho caro pagar R$ 5 para entrar, R$ 10 de estacionamento e uma média de R$ 12 por meia dúzia de ostras ao bafo, por exemplo. Mas vale a pena conferir as dicas de coisas diferentes, como o crepe, a tapioca, ou o estrogonofe. Pra quem não conhece, a festa é bem família, no pavilhão do Centrosul, com direito a todo mundo falando ao mesmo tempo, filas e feirinha de artesanato. Pode ser um bom programa de domingo.

Pra ter uma ideia da vibe Fenaostra (foto da edição 2009)

Lista dos participantes:
Quiosques:
• Tapioca Sul Brasil
• Fratelli
• Crepes Mania
• Cachaça Mocotinha
Restaurantes:
• Rancho Açoriano
• Freguesia;
• Fratellanza
• Casa das Tortas
• Ostras e Ostras Coisas
• Casa do Peixe
• O Galpão Pegorini
• Ostradamus
• Estação 261
• Domini
• Ostras na Ilha
• Tens Tempo Café
Participam também as associações de maricultores AMAQUAI, Rede Rosa, AMANI e ASIMAR.


Aqui no site oficial vocês encontram toda a programação de atrações, shows etc.

Aviso aos xaropes de plantão: sei que muitos consideram uma heresia qualquer coisa que não seja ostra in natura. Aqui optei por falar também de outras preparações. E é só isso. Não estou pregando a revolta do queijo sobre a ostra, apenas mostrando outras possibilidades.


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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Menos é mais no Vadinho

Juro pra vocês que eu fiquei envergonhada de nunca mais dar as caras e já estava decidida a parar de escrever de vez. Foi então que acessei o Analytics e percebi que vocês são uns fofos que não deixam de entrar aqui, mesmo eu sendo a blogueira mais relapsa do mundo. Isso sensibilizou meu coraçãozinho e vou tentar, com todas as minhas forças, atualizar mais frequentemente.

Sei que isso já está parecendo a história do menininho e do lobo (alguém lembra disso? A tia da escola contava na tentativa frustrada de me impedir de mentir descaradamente. Pra quem não se atinou, a dica é Google: “O menino e o lobo”). Mas agora que faculdade, TCC e formatura são termos banidos do meu dicionário (pelo menos por um tempo), acho que tudo vai ficar mais fácil.

A propósito, apresentei o TCC que tinha falado pra vocês, tirei 10 e agora sou uma jornalista formada, por mais que isso não queira dizer muito nos tempos de hoje. Em breve, assim que corrigir uns detalhes observados pela banca, disponibilizo aqui para vocês.

Muito tempo se passou, conheci alguns lugares, voltei a outros, comi, bebi, conheci gente bacaninha e veio a questão: falar de quem nessa volta triunfal? Por fim, decidi escrever sobre um lugar excelente e barato, que está fora do mainstream gastronômico florianopolitano: o Restaurante do Vadinho. Algumas pessoas já tinham me pedido para escrever sobre ele. Para compensar o meu descaso, aqui vai o post, para os sobreviventes do lado de lá:


É preciso vencer uma série de outros restaurantes mais vistosos e mais famosos (como o Arantes) até chegar ao último deles, no final da orla do Pântano do Sul. Estacionamento é algo que não existe. As pessoas geralmente deixam o carro ali mesmo na areia, entrando no clima “terra sem lei” do sul da Ilha, até que a ressaca nos expulse.

O Bar do Vadinho (valeu pela correção, Xexéu!) não tem cardápio. A comida é a mesma para todos, todos os dias: peixe da época (agora é tainha) em postas e/ou filé, pirão, salada, arroz, feijão, batata frita e a saborosíssima estopa – um desfiado de cação e arraia molhadinho e com um tempero maravilhoso, que é de comer de joelhos.


Tudo isso e muito mais por R$ 18

Segundo o próprio Lourival João Perão, o Vadinho, ex-pescador e dono do restaurante, ali se encontra a autêntica comida caseira do Pântano, um dos lugares mais manezinhos da ilha. Por módicos R$ 18 por pessoa (o preço é o mesmo para todos), come-se à vontade e de quebra dá para apreciar os quadros expostos nas paredes, produzidos com conchas e outros materiais, de autoria do próprio Vadinho.


Quadros do Vadinho, feitos com conchas e materiais rústicos

Se os clientes não se derem por satisfeitos com a primeira rodada de comida, o dono do restaurante e outros quatro garçons repõem as porções nas 19 mesas lotadas do restaurante. Eu e o Geison jogamos a toalha logo no primeiro round, com comida muito bem servida e de sabor espetacularmente simples.

O restaurante, que antigamente abrigava a venda do seu João Manuel Inácio, pai do Vadinho, abre todos os dias, dia e noite, durante a alta temporada. De abril a novembro, o almoço é servido aos fins de semana e feriados.

A dica é chegar cedo para garantir lugar. Se no tempo do seu João Manuel o destaque era o único gramofone da região, que fazia a venda ficar apinhada de gente, hoje é a comida que sai da cozinha de Vadinho que atrai turistas e moradores de Florianópolis em busca de uma refeição simples e saborosa.

Preço: $
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥
Aceita cartão de crédito / débito


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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pra não dizer que não falei do Brasil Sabor

Eis que, como Freddy Krueger, eu volto das cinzas pra mais um post. Todos têm razão em me xingar por ficar tanto tempo sem postar nada aqui e acho que muita gente desistiu pelo caminho. O negócio é que isso aqui começou como uma brincadeira que está dando certo. Fui chamada pra fazer uns freelas por causa do blog e ele também foi o grande encorajador do meu TCC, que eu ainda não contei pra vocês. Vai ser uma publicação de gastronomia, nos moldes da Revista Gosto (sou fã de carteirinha), com pautas de Floripa. Então, o que eu posso dizer é que estão rolando muitas entrevistas com gente boa de Floripa, que está fazendo alguma coisa pra levantar a moral da nossa cozinha. Depois que eu defender o trabalho, compartilho aqui com vocês, mas já posso adiantar que um TCC nunca foi tão gostoso (óbvio que tinha que ter um trocadilho infame). Ao post, leitores!

Apesar da correria toda da vida, não queria deixar o Brasil Sabor passar sem provar pelo menos um prato. A escolha foi direcionada totalmente pela distância entre a minha casa e o restaurante. Fomos então de Pitangueiras, um restaurante com uma vista privilegiada da Ponta do Sambaqui. A noite era fria e chuvosa, mas Sambaqui consegue ser bonita mesmo assim. Já tinha ido ao Pitangueiras na alta temporada, em um domingo, o que é sinônimo de no mínimo uma hora de espera entre o pedido e o prato na mesa. Desta vez, como fomos à noite, na baixa temporada, durante a semana, tivemos mais sorte com o movimento e também o privilégio de conversar um bocado com o Valentin, o mui simpático garçom que trabalha há anos por lá. Como estava friozinho, ficamos do lado de dentro e não curtimos o deck com a vista maravilhosa. Mas coloco aqui a foto deles pra vocês terem uma ideia.


Divulgação

O prato criado para o Brasil Sabor foi o Côngrio ao molho de siri (a receita vocês conferem aqui). Esse pedido já estava feito, nos restou apenas escolher a bebida. Como estávamos no Pitangueiras, nada melhor que uma caipira de pitanga. Valentin prontamente nos informou que foi ele o criador do drink e que, com o passar dos anos, abriu a opção de substituir a vodka pelo saquê. Saquerinha de pitanga, um luxo só! O saquê deixa a bebida bem leve, o que é um perigo pros mais fracos. Como não é o meu caso, mandei ver.



Depois de um tempinho de espera chega à mesa o côngrio grelhado ao molho de siri flambado, com creme de leite fresco, arroz e a delícia da noite: siri mole (R$ 59, para duas pessoas). o processo do siri mole é o seguinte: o pobre bicho é surpreendido pela crueldade humana quando vai trocar de casca. Ele é morto durante essa transição para poder chegar até nós inteiro, limpinho e mole. Passado o momento de compaixão (que durou dois segundos), nos deliciamos com a carne macia, saborosa e branquinha do siri empanado inteiro. Recomendadíssimo. Acho mesmo que ele rouba a cena do restante do prato. Gostei do côngrio, mas acho que pesaram um pouco a mão no tempero e ele perdeu espaço pro molho de siri. Mas comeria novamente sem pensar duas vezes. O up ficou por conta do molho de pimenta com manga do Brasil Sabor. Sou suspeita de falar sobre pimentas, já que eu adoro. Mas o Geison, que não é muito fã, não me deixa mentir. Pimenta muito saborosa e nada ardida, como deve ser.



Ao final da noite, pedimos a conta. Na contramão da exploração que geralmente se vê nos restaurantes daqui, o Pitangueiras não cobra taxa de serviço. Se você for bem atendido, contribui com o que acha justo. Como o atendimento foi excelente, com direito a explicação sobre drinks e aula sobre predação implacável de siris, nada mais justo que reconhecer o trabalho do nosso amigo Valentin. Entre conta e gorjeta, gastamos no total R$ 77,50. Detalhe importante: o festival acaba amanhã, mas não precisa correr pra não perder a chance de comer essa delícia. O prato fez tanto sucesso que vai entrar pro cardápio.

Preço: $$$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito
Estacionamento para carros e barcos (très chic!)


Serviço:
O Pitangueiras abre de quarta a segunda-feira, das 11:30 às 24:00.
(48) 3335.0398
http://www.restaurantepitangueiras.com.br/


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quarta-feira, 24 de março de 2010

O La Bohème nosso de cada dia

Sei que vocês andam muito mal acostumados com meus posts glamourosos sobre Café Riso, Bianco Lounge, Deck e tudo mais, mas hoje voltaremos à realidade do almoço nosso de cada dia. Vamos de buffet a quilo, mas só se for bom, bonito, barato e limpinho.

O La Bohème é tudo isso e de tudo um pouco (café, confeitaria, restaurante...) – uma das poucas opções de comida digníssima que a Trindade oferece, além do Restaurante Universitário, obviamente. Como eu não tenho mais idade pra enfrentar as incansáveis filas do RU, resolvi desbravar a Trindade em busca de um bom custo benefício, que encontrei no La Bohème (R$24,90 o quilo, de segunda a sábado e R$ 29 aos domingos e feriados). Pra quem não conhece, fica quase em frente ao Comper, num salãozinho do subsolo de uma loja de decorações, que pede ampliação urgente.


Divulgação

Na opinião da Cora, um Central da Trindade. Acho um pouquinho de exagero, já que considero o Central um hors concours (valeu pela correção, Tony) no que se refere a buffets, mas a comparação tem lá seu fundo de verdade. Aliás, abro um parêntese pra confessar que almoçar anda um pouco mais triste, já que esta minha parceira anda desbravando o cerrado e me abandonou à sorte das quiches de queijo ou champignon e do célebre arroz com abacaxi e gorgonzola.

Essas são apenas umas das minhas preferências, que de vez em quando figuram pelo sempre variadíssimo buffet, com diversas opções de saladas, massas (lasanhas, rondeles, tortéis, nhoques...) e carnes. Oferece também opções muito honestas de comida para vegetarianos. Vale a pena ficar de olho nos dias em que são servidos almoços especiais. Hoje, por exemplo, é dia de comida baiana. No site dá pra conferir a programação com todas as cozinhas – oriental, italiana, árabe, mineira (demais!) e portuguesa.

Como nem tudo são flores, alerto pra dois pontos fracos do La Bohème: as carnes grelhadas e as filas. As carnes ficam na cuba no fim do buffet e quase sempre dão pena de ver, mais abandonadas que bombom de banana na caixinha de chocolate Nestlè. Aliás, carne grelhada geralmente só dá pra encarar quando é preparada ali na sua frente. Nesse caso, melhor preferir as outras carnes que o buffet oferece, como a deliciosa vaca atolada que de vez em quando dá as caras por lá. Outra dica é: afaste-se ao máximo do horário do meio-dia. Ou chegue cedo, ou chegue tarde. Como a expertise em RU já trabalhou bem a minha paciência, encaro numa boa as filas, mas já vi muita gente desistir de comer lá por conta delas.

Depois do almoço, nada melhor que um cafezinho delicioso, que pede um pedaço de torta e uma amnésia, pra esquecer de contabilizar as calorias. Eu sou fã da Três Mousses, que tem uma base de casquinha de bolacha com castanhas e recheio de mousse de chocolate ao leite, chocolate meio amargo e de chocolate branco. O preço, ao contrário da torta, é salgadinho (não resisti à piada infame), R$ 33 o quilo.

Semana passada fui conferir o recém inaugurado Armazém da Pasta, assunto pro nosso próximo post!

Preço: $$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


Serviço:
O La Bohème abre de segunda a sexta, das 11h às 20h e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 16h.
(48) 3234-7647
http://www.labohemecafe.com.br/


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Deck e a arte de reciclar morangas

Olá, povo! Como inovação é a palavra da moda e eu sou uma pessoa antenada (?), resolvi fazer uma ousadia neste humilde blog. Na verdade tudo é uma grande desculpa pra minha falta de tempo e dinheiro. Alguns bons amigos que, ou sabem escrever, ou sabem falar de comida, vão arriscar seus rabiscos por aqui, devidamente editados pela minha pessoa. Quem dá a largada é o Joaquim Dutra, meu grande amigo e grande cozinheiro, que vai falar um pouquinho da experiência no Deck. Lógico que eu não me aguentei e fiz uns comentários aleatórios e desnecessários ao longo do post (em parêntes, em itálico, assim desse jeito). Sem mais delongas, vamos ler e ver se o Joaquim se dá bem aqui, como se dá com as panelas:

Lá por meados de novembro passado recebi a visita de um querido amigo, que veio de Sampa para visitar a Ilha. Depois de uma noite frustrante no El Mexicano da Beiramar (realmente eles são muito inconstantes por lá...), a ideia era me redimir. Levei o Rafael a Santo Antônio de Lisboa, para aproveitar as belezas naturais e as maravilhas gastronômicas da região.

Estacionei em frente ao Deck Santo Antonio, um lindo restaurante, com um visual moderno e clean, segundo o Rafael. Para mim, um aquário chique, bonitão e aconchegante. Na porta, fomos muito bem recebidos pela hostess, que nos orientou sobre os ambientes do restaurante. Ao total são três: o primeiro, fora do Deck, com espreguiçadeira, cadeiras de madeira e uma vista fantástica para o mar; o segundo fica na parte de baixo do deck, mas não pude conferir, já que o Rafael me arrastou para o terceiro ambiente, que ficava na parte de cima.


O visú lá de cima, by Joaquim


Nos instalamos e como o dia quente pedia um chope, iniciei os trabalhos, disposto a deixar minhas mãos abertas e gastar o suficiente para que pudesse compensar a noite anterior. Em um piscar de olhos o garçom voltou com o meu chope geladíssimo e, para minha surpresa, era Schornstein, o melhor chope que eu já tive o prazer de tomar (estou perdendo tempo, ainda não provei. Se um cara que morou na Alemanha e tem um histórico de cevada como o Kim está falando, não tem discussão).

Até aí tudo corria bem. Bom atendimento, um preço razoável e um chope de qualidade e geladíssimo. Tanto que o Rafael não resistiu e acabou me acompanhando. Depois de três chopes para o time da casa contra dois para o visitante acabamos escolhendo um dos melhores aperitivos possíveis para um restaurante de frutos do mar: lula a dorê. Apesar de levemente moreninha, a lula estava macia e quentinha e o empanado crocante. Ponto para o Deck.


Lula a dorê, by Joaquim

Foi então que decidimos, por fim, qual seria o rango da noite. No clima de “desce mais um chopp”, acabei incentivando a opção do Rafael pelo camarão na moranga, sem saber do infantil acompanhamento: arroz com batata-palha. Me convencer foi fácil. Difícil foi esperar o garçom por mais de meia hora, com o restaurante vazio, as mãos abanando e barriga roncando.

Pedido feito, algo muito estranho pairou no Deck. O chope seguinte estava quente. Tive que pedir duas vezes para trocar, esperando pelo menos quinze minutos entre os pedidos. Enquanto a epopéia do chope, agora gelado, se encerrava, acompanhamos um leve barraco que aconteceu na mesa ao lado. Um senhor havia pedido um bobó e reclamava do camarão, que estava congelado no meio. Pra tentar me convencer, pensei “bobó é bobó, camarão na moranga é camarão na moranga” (como diria o poeta, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa completamente diferente. E vice-versa).

Quarenta minutos depois, uma mulher que parecia ser a chef nos trouxe o prato, pedindo desculpas pela demora. Naquele momento, estávamos famintos e gentilmente acolhemos os pedidos abanando a cabeça e acompanhando a modesta, mas satisfatória porção de arroz e batata-palha. Em seguida, do alto das mãos da chef, eis que surge ela, a moranga. (não temos fotos da dita cuja)

Pobre vegetal, murcho, feio, esfaqueado pelo lado de fora e, provavelmente, com algumas mesas anteriores no currículo. Ignorei a reciclagem, levando em conta a minha leve noção do funcionamento de um restaurante e da prática do “reaproveitamento” (essa galera nem pra contribuir com a economia local e comprar umas míseras morangas no Direto do Campo...).

Foi aí que a prova viva de que nem sempre a fome é o melhor tempero se manifestou. Estávamos pagando pouco mais de R$ 70 para comer um camarão com mingau de moranga. O creme estava ralo, sem sabor e empelotado, com sinais fortíssimos de ter sido engrossado com maisena. Me senti triste e roubado, e a contra gosto comemos sem reclamar na hora, cientes de que estávamos sendo enganados.

A conta foi na casa dos três dígitos, o atendimento foi bom enquanto durou e quem salvou meu dia foi a lula a dorê, o Schornstein gelado, o visual e a companhia do meu bom amigo. A prova viva de que outras máximas podem ser usadas sem medo. Bonitinho, mas ordinário, por exemplo.

Preço: $$$$
Atendimento: ☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


Serviço:
(48) 3234-0787


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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aviso aos navegantes

Ola pessoas!

Este vai ser um post sem acentos, ja que nao estou me dando muito bem com os teclados portenhos. Sim, estou em Buenos Aires, e por isso nao temos um post fresquinho essa semana.

Queria agradecer os recados simpaticissimos do ultimo post - Lisia e anonimos. Me fazem querer continuar.

Bom, o tempo e curto e Buenos Aires grande. Vou digerir meu recem tracado bife de chorizo com uma Quilmes de 1L bem gelada.

Hasta luego, chicos!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

De tudo um pouco

Olá, pessoas. Sei que ando deixando esse blog às traças e nenhuma desculpa é boa o suficiente pra justificar. Estou há dias pensando em um bom post e sempre dá aquele desanimada básica. Assistir Julie & Julia ontem foi uma boa maneira de dar uma revigorada e finalmente se dispor a começar os trabalhos do ano por aqui. Pra quem ainda não viu, recomendo. Filmes com Meryl Streep são quase tão infalíveis quanto Nutella no pão de trigo.

Não é o melhor filme do mundo, mas juro que eu chorei e me identifiquei com umas partes, tipo quando a Julia fala “Recebi 12 comentários e não conhecia nenhuma pessoa!” Ok, ainda não recebi 12 comentários de pessoas desconhecidas em um mesmo post, mas lembro que fiquei bem feliz quando vi a primeira cara nova por aqui. Se eu fosse a diretora, teria explorado mais visualmente a questão da comida, que é sempre um bom apelo, mas como sou apenas uma simples blogueira, vamos ao post do dia. Boa leitura, e como diria Julia Child, Bon Appétit!

Pensei e pensei no que escrever e resolvi criar um “De tudo um pouco” sobre as últimas coisas que vi (e comi) por aí, já que não fiz nenhuma saída especial para o blog, munida de máquina fotográfica e bloquinho. Aqui vão as alegrias e decepções desse comecinho de 2010:

Yaah
Sushi é uma coisa engraçada. Não é a minha comida favorita (embora eu adore), mas quando bate aquela vontade, sou obrigada a comer, senão parece que vou parir um Filadélfia. Bom, eu e toda a minha vontade rumamos para a Yaah em busca da invenção dos deuses: o temaki Smoked Salmon (salmão defumado, salmão cru, cream cheese, tabasco e raspas de limão siciliano. O limão eu sempre dispenso, forte demais pra competir com o resto). Qual não foi a minha surpresa quando recebi um cardápio todo bonitão, agora com opções de entrada, outras bebidas e...pasmem, sem o meu Smoked. Reformularam o cardápio e sacaram meu temaki de lá. É como se a Pizza Hut tirasse o Cheesy Pop ou o Bob´s desencanasse de vender Ovomaltine. Dramas a parte, o cara me disse que não era muito procurado, mas eles se comprometeram a fazer um igualzinho pra mim, aliviando minha condição de órfã. Só não precisavam ter demorado mais de 20 minutos pra isso.

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Gaivotas do Sambaqui
Sabe aqueles restaurantes lá pro fim do Sambaqui, mais simplesinhos, com vários cartazes com promoção na frente e tudo mais? Atraídos por um desses, eu e o Geison entramos pra conferir a moqueca de peixe anunciada do lado de fora. Desviando a cabeça de uma árvore gigante que eles preservaram no meio do restaurante, fomos prontamente atendidos pelo garçom mui simpático e escolhemos sentar lá na praia, nas mesinhas de plástico, com toda a vista que Sambaqui oferece à frente. Pra abrir o apetite, uma dúzia de ostras ao bafo (R$ 8,90), muito maiores e mais saborosas que as que eu tinha comido na mesma semana no Freguesia, porque, segundo o garçom, vêm do sul da ilha. No fim das contas, mudamos de ideia sobre a moqueca e pedimos uma seqüência de camarão muito justa e farta, por módicos R$ 29,90. Uma delícia, podem conferir.

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Bianco Lounge
Sempre achei o Bianco um lugar meio imponente, daqueles que dá medo de entrar, mas muito por acaso eis que resolvemos, eu e o Sandro, conferir o rodízio de comida italiana que eles servem no almoço. Com certeza não é o mesmo nível das opções a La carte, mas os pratos não fazem feio. Pra começar, uma saladinha básica de alface, beterraba e cenoura, além de pãezinhos com patê de presunto defumado muito saboroso. Mini pizza de queijo muito da gostosa; espaguete ao sugo com o macarrão passado do ponto de cozimento; farfalle de mignon (delícia, pedimos bis!); batata recheada com parmesão que eu provei e tava meia boca e batata recheada com funghi, que o Sandro curtiu de leve; e o melhor do dia: risoto com presunto e alho-poró. Sabe quanto? R$ 17 por cabeça + o preço da Coca e 10%. No fim das contas, saiu R$ 23,20 pra cada, mais que justo.

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Bom, no próximo post voltamos com a programação normal, se eu não derreter nesse calor desumano que faz por aqui. À bientôt!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

As delícias do Café Riso

Nada como iniciar o ano em grande estilo. O almoço foi no ano passado, mas o post ficou pra 2010, e aqui vamos nós de Café Riso & Etc. Acho que todo mundo que é de Floripa já ouviu falar de lá, ainda mais depois da super campanha de divulgação que eles andam fazendo pelos outdoors da cidade, com a inauguração do Café Riso Plage, em Jurerê Internacional. Bom, eu fui no Riso da Bocaiúva e posso adiantar que valeu o investimento.

Algumas pessoas acham justo pagar R$ 1 mil em uma bolsa, outras não se importam em torrar R$ 300 em uma camiseta. Eu prefiro investir R$ 50 em um almoço executivo no Riso e todos vivem felizes com as coisas que lhes fazem bem. As ótimas companhias do dia eram o Fábio, um apaixonado por comida, a Bia e o Thiago. Aproveitando o horário de almoço de mortais trabalhadores que nos cabe, deixamos o carro no amplo estacionamento que fica em frente e entramos pelo caminho estreito que leva ao restaurante.

Quem olha de fora pode até se enganar e achar que o salão é pequeno, mas o espaço surpreende. Do lado de fora, um sofá e cadeiras, pra quem quiser aproveitar o espaço de confeitaria que eles oferecem na entrada. Continuando pelo corredor, descobrimos um salão, que somado ao espaço da confeitaria, comporta até 86 pessoas. Tem também um espaço para eventos na sobreloja, mas esse eu deixei pra próxima incursão. A decoração é linda, tudo muito sofisticado e espaçoso. A única ressalva que eu faço, que é um comentário personalíssimo, é sobre a mania de colocar o Luciano Martins em tudo quanto é canto de Florianópolis. Luciano Martins está pra Floripa, quase como o Juarez Machado está pra Joinville.


Divulgação - Salão com cozinha aberta ao fundo

Ficamos em uma mesa próxima ao caixa, que o Fábio tinha reservado previamente, ouvindo um DVD do Caetano que tocava bem baixinho – como tem que ser – e um pouco longe da “cozinha show”, onde os clientes podem acompanhar a preparação dos pratos.


Divulgação

Eles se definem, no perfil do orkut, como um espaço gastronômico que agrega especialidades da cozinha internacional, que mistura ingredientes locais com técnicas italianas e francesas. Atendidos pelos profissionalíssimos garçons, partimos para a escolha. Eu, pra variar, já tinha consultado as opções do cardápio no site, que disponibiliza também o valor dos pratos. Mas lá não se encontravam as opções de prato executivo, que acabou sendo a minha escolha.

Funciona assim: a cada dia eles oferecem três opções de entrada e três de prato principal. Você paga por um dos combos (acho que eles jamais usariam essa palavra) “Entrada + Principal” (R$ 39) ou “Principal + Sobremesa” (R$ 39) ou ainda “Entrada + Principal + Sobremesa” (R$ 45), essa última, uma surpresa do chef. Longe de desconfiar do Vitor Gomes, o conceituado e premiadíssimo chef (naquela semana tinha sido reeleito o melhor de Floripa pela Veja, e o Café faturado o prêmio de melhor cozinha variada), resolvi deixar a sobremesa de lado e investir no primeiro combinado. Criativos que somos, pedimos todos as mesmas entradas e pratos, e o Fábio optou pelo combo master, com direito a sobremesa.

Enquanto a equipe de jovens cozinheiros trabalhava nos nossos pedidos, chegou o couvert: pãozinho delicioso quente, com diversos acompanhamentos que levavam tomate seco, atum, manteiga composta, alho. Um bom prenúncio do que estava por vir.



Eis que chega a entrada: balatine de salmão marinado, com creme cheese e alga, molho tarê e brotos. Na foto vocês tem uma idéia melhor. Lembra um sushi e tem um gosto incrível, fresquíssimo.



Para o principal, não podia faltar a proteína nossa de cada dia: escalope de mignon guarnecido por crepe de cogumelos e legumes ao molho de queijos. Pedi o filé ao ponto e realmente estava delicioso. Os legumes surpreendentes, com um gosto bem pronunciado, com cara de quem não ficou muito tempo no fogo pra não perder o sabor. De tudo, o que menos gostei foi o crepe, um pouco massudo demais, roubando o sabor dos cogumelos que recheavam. Um detalhe a ser ressaltado é a quantidade: o prato é muito bem servido, com três escalopes de filé, quase passei um trabalho pra dar conta.



Estava satisfeitíssima, mas ainda assim não podia deixar de dar uma beliscada na sobremesa surpresa do Fábio: sorbet de limão, em cima de uma camada de crocantes, acompanhado de ganache de chocolate branco com maçãs cozidas no vinho, um luxo só!



Mais que satisfeita, desembolsei sem pestanejar meus R$ 47, com a certeza de que, como dizia o filósofo, existem coisas que o dinheiro não compra, para todas as outras existe Mastercard (ou, no caso, Visa Electron).

Dicas:

Querem uma segunda opinião sobre o Riso? O pessoal do blog Destemperados também andou por lá, comeu outros pratos, tirou outras fotos e escreveu um post delicioso, confere lá: O Sofisticado Café Riso

Falando em coisas boas que andam fazendo por aí, vale a pena conferir a entrevista com o chef catalão Ferran Adriá, na última edição da revista Gosto, a melhor publicação sobre gastronomia no Brasil hoje em dia.

Outra dica: ganhei do meu irmão “Ervas, temperos e condimentos”, um livro supimpa sobre, ahn...ervas, temperos e condimentos, do Tom Stobart, organizado pela jornalista Rosa Nepomuceno. Vale como um guia de consultas e tem mais de 400 verbetes, em seis idiomas, com a explicação sobre cada um e tudo mais.

Existe alguém aí do outro lado? Então comenta!

Preço: $$$$$
Atendimento: ☺☺☺☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito


Serviço:

O Café Riso & Etc abre de segunda a sábado, das 9h à 1h.
(48) 3223-8753 / (48) 9943-5222
contato@caferisoetc.com.br
http://www.caferisoetc.com.br


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