A música é o gancho pro primeiro conselho da noite: se esse post fizer você ficar com vontade de conferir o Ponto de Vista, faça isso em uma quarta-feira, dia em que a Rosa Martha canta e o Marcos Parucker toca no teclado lindas músicas francesas. Vale muito a pena. Tanto que eu desconfio que o movimento da noite, em grande parte (sem desmerecer o restante), era por conta dos dois, que arrancavam aplausos das mesas.
Quem é de Floripa já deve ter passado alguma vez nesse mirante, que fica logo depois da Galheta, em direção à Barra, à esquerda. Além do restaurante, funcionam ali também umas lojinhas de artesanato e roupas durante o dia. Mas o objetivo era mesmo comer, então deixamos o carro no amplo estacionamento que tem ali, sob a vigília de um funcionário e rumamos pro restaurante. Apesar da chuva, estava cheio, como eu disse antes, mas não a ponto de incomodar. Pegamos uma mesa na janela, com um bom ponto de vista (ok,não resisti...), ao som da linda voz da Rosa Martha. A luz muito baixa me incomoda um pouco, mas o Geison gostou, então talvez seja rabugentice minha.

Salão interno
Eu, como sempre, já tinha dado uma consultada no site e estava a par do cardápio e também dos preços, que eles disponibilizam (!). Pra iniciar os trabalhos, pedi um coquetel Vista da Lagoa (R$ 8), que levava Martini Bianco, Cointreau, pêssego e laranja e o Geison foi de Chopp Weisenbier da Eisenbahn (R$ 4,80 / 300ml). O coquetel era saboroso, começando com o gostinho da laranja e o pêssego se pronunciando só no finzinho, mas pra mim estava muito doce e eu acabei enjoando antes da metade.
Pra entrada, resolvemos pedir bolinhos de salmão com gengibre (essa opção não tem no cardápio online), que saiu R$ 12 por seis unidades. A expectativa foi maior que o sabor. Pra fazer a massa do bolinho frito o salmão teve que ser processado (não sei se é exatemente esse o termo) e o sabor se perdeu no meio. O gengibre então, só vi sinal na última mordida. É claro que ele não podia roubar a cena, mas você espera sentir um gostinho de gengibre num bolinho de salmão com...gengibre.
Coquetel Vista da Lagoa e bolinho de salmão com gengibre (pelo menos teoricamente)
A fome não era muita depois dos bolinhos, então chamamos o garçom (atendimento regular, não se pode reclamar nem elogiar) para pedir pra dividir uma porção individual de Congro Rosa com Camarão e Champignon (R$ 49,50). O filé era recheado com molho de manteiga, champingnon, camarão e vinho Chardonnay, e acompanhavam arroz e batata sautée. O molho estava excelente, com os camarões puxados na manteiga, no ponto certo, nem emborrachados, nem crus, acompanhados de uma das melhores invenções do Reino Fungi: o champignon.

Congro Rosa (escondido) com Camarão e Champignon
Achei que o peixe ficou um pouco apagado no meio de tantos sabores, mas quero acreditar que foi intencional. O meu critério aqui é parecido com o que pensa o chef Mario Batali, do italiano Babbo, de NY: se o prato principal é a massa (no caso, o congro), não deixe que ela perca espaço pro molho, afinal ela é a grande estrela. Li isso no excelente livro “Calor”, do jornalista e crítico Bill Buford, uma leitura gostosíssima sobre a incursão dele no universo da comida italiana, que eu recomendo muito.
Deixando o devaneio italiano pra lá, mas ali do ladinho da França, pelo menos no repertório musical, nos despedimos do Ponto de Vista, satisfeitos com a apresentação, mas achando o preço um pouco mais salgado que o congro.
*a foto do salão foi kibada do site e as dos pratos feitas pelo Geison Werner
Preço: $$$$
Atendimento: ☺☺☺
Ruído/Música: ♫♫♫♫♫
Momosidade (casal): ♥♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito
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