Olá, povo! Como inovação é a palavra da moda e eu sou uma pessoa antenada (?), resolvi fazer uma ousadia neste humilde blog. Na verdade tudo é uma grande desculpa pra minha falta de tempo e dinheiro. Alguns bons amigos que, ou sabem escrever, ou sabem falar de comida, vão arriscar seus rabiscos por aqui, devidamente editados pela minha pessoa. Quem dá a largada é o Joaquim Dutra, meu grande amigo e grande cozinheiro, que vai falar um pouquinho da experiência no Deck. Lógico que eu não me aguentei e fiz uns comentários aleatórios e desnecessários ao longo do post (em parêntes, em itálico, assim desse jeito). Sem mais delongas, vamos ler e ver se o Joaquim se dá bem aqui, como se dá com as panelas:
Lá por meados de novembro passado recebi a visita de um querido amigo, que veio de Sampa para visitar a Ilha. Depois de uma noite frustrante no El Mexicano da Beiramar (realmente eles são muito inconstantes por lá...), a ideia era me redimir. Levei o Rafael a Santo Antônio de Lisboa, para aproveitar as belezas naturais e as maravilhas gastronômicas da região.
Estacionei em frente ao Deck Santo Antonio, um lindo restaurante, com um visual moderno e clean, segundo o Rafael. Para mim, um aquário chique, bonitão e aconchegante. Na porta, fomos muito bem recebidos pela hostess, que nos orientou sobre os ambientes do restaurante. Ao total são três: o primeiro, fora do Deck, com espreguiçadeira, cadeiras de madeira e uma vista fantástica para o mar; o segundo fica na parte de baixo do deck, mas não pude conferir, já que o Rafael me arrastou para o terceiro ambiente, que ficava na parte de cima.
O visú lá de cima, by Joaquim
Nos instalamos e como o dia quente pedia um chope, iniciei os trabalhos, disposto a deixar minhas mãos abertas e gastar o suficiente para que pudesse compensar a noite anterior. Em um piscar de olhos o garçom voltou com o meu chope geladíssimo e, para minha surpresa, era Schornstein, o melhor chope que eu já tive o prazer de tomar (estou perdendo tempo, ainda não provei. Se um cara que morou na Alemanha e tem um histórico de cevada como o Kim está falando, não tem discussão).
Até aí tudo corria bem. Bom atendimento, um preço razoável e um chope de qualidade e geladíssimo. Tanto que o Rafael não resistiu e acabou me acompanhando. Depois de três chopes para o time da casa contra dois para o visitante acabamos escolhendo um dos melhores aperitivos possíveis para um restaurante de frutos do mar: lula a dorê. Apesar de levemente moreninha, a lula estava macia e quentinha e o empanado crocante. Ponto para o Deck.
Lula a dorê, by Joaquim
Foi então que decidimos, por fim, qual seria o rango da noite. No clima de “desce mais um chopp”, acabei incentivando a opção do Rafael pelo camarão na moranga, sem saber do infantil acompanhamento: arroz com batata-palha. Me convencer foi fácil. Difícil foi esperar o garçom por mais de meia hora, com o restaurante vazio, as mãos abanando e barriga roncando.
Pedido feito, algo muito estranho pairou no Deck. O chope seguinte estava quente. Tive que pedir duas vezes para trocar, esperando pelo menos quinze minutos entre os pedidos. Enquanto a epopéia do chope, agora gelado, se encerrava, acompanhamos um leve barraco que aconteceu na mesa ao lado. Um senhor havia pedido um bobó e reclamava do camarão, que estava congelado no meio. Pra tentar me convencer, pensei “bobó é bobó, camarão na moranga é camarão na moranga” (como diria o poeta, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa completamente diferente. E vice-versa).
Quarenta minutos depois, uma mulher que parecia ser a chef nos trouxe o prato, pedindo desculpas pela demora. Naquele momento, estávamos famintos e gentilmente acolhemos os pedidos abanando a cabeça e acompanhando a modesta, mas satisfatória porção de arroz e batata-palha. Em seguida, do alto das mãos da chef, eis que surge ela, a moranga. (não temos fotos da dita cuja)
Pobre vegetal, murcho, feio, esfaqueado pelo lado de fora e, provavelmente, com algumas mesas anteriores no currículo. Ignorei a reciclagem, levando em conta a minha leve noção do funcionamento de um restaurante e da prática do “reaproveitamento” (essa galera nem pra contribuir com a economia local e comprar umas míseras morangas no Direto do Campo...).
Foi aí que a prova viva de que nem sempre a fome é o melhor tempero se manifestou. Estávamos pagando pouco mais de R$ 70 para comer um camarão com mingau de moranga. O creme estava ralo, sem sabor e empelotado, com sinais fortíssimos de ter sido engrossado com maisena. Me senti triste e roubado, e a contra gosto comemos sem reclamar na hora, cientes de que estávamos sendo enganados.
A conta foi na casa dos três dígitos, o atendimento foi bom enquanto durou e quem salvou meu dia foi a lula a dorê, o Schornstein gelado, o visual e a companhia do meu bom amigo. A prova viva de que outras máximas podem ser usadas sem medo. Bonitinho, mas ordinário, por exemplo.
Preço: $$$$
Atendimento: ☺☺
Momosidade (casal): ♥♥♥♥
Aceita cartão de crédito / débito
Serviço:
(48) 3234-0787
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segunda-feira, 1 de março de 2010
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8 comentários:
gostei da idéia de ter colaboradores... assim, vão sair mais posts (espero). ;)
Gostei da idéia de podermos colaborar e interagir. Assim o blog fica mais dinamico.
Infelizmente a maioria dos nossos restaurantes não sabe fazer camarão na moranga. O segredo está no cozimento da moranga, para que ela fique bem macia por dentro e na hora de servir, podermos pegar camarão E abóbora. De que adianta um camarão vir dentro da moranga se não comermos ela?
Na minha opinião o melhor camarão na moranga da cidade está no Tamarutaca, na Barra da Lagoa. Apesar disso, ainda é fraquinho...
PS: camarão na moranga é um prato demorado mesmo, primeiro deve-se abrir a moranga, tirar as sementes, botar um pouco de caldo de camarão dentro, cobrir com papel aluminio e deixar cozinhar no forno por quase 1 hora.
Reciclar moranga é muita baixaria. Vou começar uma campanha pela inutilização das morangas usadas nos restaurantes.
Muito bom post! Já fui nesse restaurante com um visitante belga... Achei o restaurante pretensioso demais da conta! Aliás, tenho feito algumas singelas críticas gastronômicas no meu bloguinho... Arrisquei até a fornecer uma listinha dos bons lugares. Adoraria saber sua opinião! Um abraço!
fico triste em ler uma critica tão ruim de um restaurante tão bom .
ja estive la e comi um camarão a moda do deck e estava maravilhoso.
o atendimento foi o que eu achei de melhor,
na simplicidade dos garçons eles me conquistarão.
acho que esta casa merece ser melhor avaliada para não cometermos nenhuma injustiça.
afinal como pode um serviso que estava tão bom ficar tão ruim derepente né?
Só não devemos esquecer que além da comida mediana, o Deck foi construído de forma ilegal e avançou na faixa de areia (inclusive com containers), gerando uma Ação Civil Pública por parte da Associação de Moradores.
Devemos evitar esse tipo de restaurante.
Sugestões em Sto Antônio: Marisqueria de Sintra, Chão Batido, Gugu e o Beira D'Água, lá na ponta de Sambaqui, onde a comidinha é deliciosa e o Seu Antônio uma figura muito especial.
Fui nesse restaurante início do ano e me apaixonei pela decoração, pelo espaço, gostei do prato que pedi e do atendimento. Também achei caro pelas porções que são oferecidas, mas o ambiente está embutido no preço. Estive esta semana lá pois estou procurando um restaurante em Santo Antônio ou Sambaqui que seja de frente para o mar para fazer a recepção de um evento para setembro do ano que vem, e me deparei com o Deck fechado, todo empoeirado. Será que lá só abre em temporada? E será que realiza festa de casamento?
Mas agora fiquei preocupada com os comentários que vi na net, não só nesse blog... Estou pesquisando sobre o Deck e encontrei muitas críticas sobre ele. Será que eles alugam o espaço e deixam a gente contratar um buffet de fora por conta? hehehe
Recomendo mto o restaurante do seu Antônio tb. É bem simples, mas a comida é uma delícia e o preço é mto justo.
Taiana, quando morava no Sambaqui este restaurante abria praticamente todos os dias, em baixa temporada. Portanto, devem ter fechado mesmo. Sugiro que vc ligue pra lá, mas não coloco a mão no fogo.
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