domingo, 9 de agosto de 2009

O mistério da Cervejaria

Se alguém conseguir entender o porquê das absurdas filas na Cervejaria Original, aberta há pouco em Floripa, por favor, me explique. Era preciso muita coragem (ou quatro amigas insistentes) pra encarar os 11º que o termômetro da Beiramar marcava e rumar para o bar mais movimentado da cidade, em plena quarta-feira.

A primeira lição já tinha sido tomada na semana anterior, quando, sem reservar lugar antes, desistimos de encarar a fila e o mau-humor do tiozinho da entrada e partimos pro Botequim. Chegamos às 19h, eu e Isadora, já prevendo que ficaríamos no salão de dentro, e não aproveitaríamos o deck, que segundo o site oficial da cervejaria, é pra quem “gosta de estar em evidência”. A evidência não era exatamente o problema, mas as mesas de fora já estavam ocupadas ou reservadas, o que me leva a acreditar que, se houvesse uma próxima vez, talvez devêssemos chegar ao meio-dia para garantir lugar, ou fazer reserva com uma semana de antecedência.

Devidamente instaladas, por óbvio, pedimos uma Original, que demorou nada menos que quinze minutos (após uma reclamação), pra pousar na nossa mesa, dentro de um balde com gelo com outras duas garrafas e nenhum pedido de desculpas pelo atraso. Ok, quando se mora em uma cidade em que se surpreende em ser bem atendido, este tipo de comportamento não é novidade. Pelo menos tínhamos um bom estoque garantido pros próximos minutos com as duas cervejas extras e, teoricamente, meia hora poupada, levando em conta a demora pra conseguir cada cerveja. Até então o ambiente ainda estava transitável, conseguíamos até conversar sem precisar gritar.

A ladie’s night ficou completa com a chegada da Pri, da Sol e da Camila, que se esgueiraram pelas mesas já cheias e conseguiram chegar inteiras, caçando a cadeira da mesa vizinha, que aterrissou pelas mãos do colega ao lado, mais eficiente que o garçom. A fome bateu, e com ela a sensação de que estávamos sendo assaltadas: 15 reais por uma porção de fritas que “alimenta bem duas pessoas”. Fiquei procurando um molho espetacular que justificasse o preço, mas a batata com parmesão veio acompanhada de um molho à base de catchup e outro de pimenta bem gostosinho.

A banda, uma das poucas coisas boas da noite, começou a tocar, e eu entendi então a importância de um curso de leitura labial. O som tentava abafar o zumzum das mesas vizinhas, e o resultado era uma quantidade absurda de pessoas por metro quadrado gritando para serem ouvidas. Depois de algumas cervejas e com as cordas vocais já comprometidas pela gritaria, hora de visitar o banheiro e, por conseqüência, hora de traçar a rota pra chegar até lá sem dispor de uma catapulta pra ser arremessada do outro lado da sala.

Operação banheiro cumprida, batatas destruídas em tempo recorde, boas cervejas bebidas, paciência esgotada e 20 minutos depois do pedido, a conta. Saímos 97 reais mais pobres, com a certeza de que nenhuma das cinco voltaria lá e sem a resposta pra pergunta que não quer calar: por que as filas?


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P.S: Fico devendo a foto do lugar. Descuido de principiante.

11 comentários:

Corinha disse...

os bares e restaurantes de Floripa que se cuidem! Ela não perdoa...

Azanha disse...

Bruninha, minha querida, parabéns pelo Blog. Essa tua indignação também foi por mim experimentada, quando lá estive para conhecer. O que me causou espanto, acima de tudo, foi a existência de apenas um sanitário, nenhum mictório, no banheiro masculino. Aquilo não é uma igreja, mas um bar. Local onde há consumo de bebida alcoólicas. Bastam algumas cevrejas para nosso ADH ir para o saco. Consequência, uma fila federal para acesso ao banheiro. Realmente, algo ORIGINAL.

Beijos e sucesso!

Silveira disse...

Opa, parabéns pelo blog.

Só fui uma vez no Original e gostei, mas era terça-feira, tinha mesa reservada, eu não comi nada e ainda por cima tomei Serra Malte, que é difícil de encontrar aqui pelas bandas. Enfim, quando eu for pela segunda vez dou meu parecer.

E a receita do macarrão com bacon, não vai pintar aqui no blog qualquer dia? hehehe

Camila disse...

Realmente não entendi o porquê da fila. Parece que é o barzinho da vez, eleito não sei por quem. Essa mania de todo bar de floripa virar bar/baladinha deu p bola. Não é bar, nem baladinha. É simplismente um lugar com mesas e música absurdamente alta. Se eu quero ir num bar é p tomar um chopp gelado, conversar (sem gritar) com os amigos, ouvindo uma música de fundo, degustar uns quitutes gostosos. Se quero dançar, aí sim eu procuro uma balada.
Vamos ver se encontramos um bar de verdade em Floripa né Bruna!
Parabéns pelo blog!

Fabíola disse...

"Mas a batata com parmesão veio acompanhada de um molho à base de catchup e outro de pimenta bem gostosinho." HAHAHA! HMM DELÍCIA!
A do Chopp do Guss com certeza é melhor, tive a oportunidade de experimentar AQUELA batata quando eu estava em férias. Lá o preço é justificável, fora o atendimento que é muito bom!
Parabéns pelo blog Bruninha, gostei dessa idéia de você criar matérias a partir das tuas próprias experiências.
Estou aguardando receitas!
Beijo!

Alexandre Carrard Rodrigues disse...

Parabéns pela iniciativa, nada como uma opinião mal-humorada pra mostrar a realidade aqui em Floripa!
Dicas boas também são bem-vindas... Espero que tu ache alguma por aí... hehe

Bjoss

Vitor Werner disse...

Bruna, muito boa a tua iniciativa! A entrada ficou com a tua cara.
Ainda não tive oportunidade, ou melhor, coragem de conhecer essa tal Cervejaria Original, mas depois do teu incentivo, acho que vou continuar com o velho Canto do Noel.

Beijos

Sandro disse...

Parabéns pelo blog!!
Quanto ao bar da Original, prefiro o Botequim. Lá não preciso implorar pra beber um chopp e o bolinho de carne seca não é um risólis. Sem mais.

Thales disse...

Parabéns Bruna!
adorei esta sua crítica! Infelizmente nós bohemios desta cidade somos sempre vítimas deste mal atendimento e planejamento dos bares e também dos restaurantes de florianópolis, temos que pagar sempre um preço absurdo por todos os serviços oferecidos, mas nenhum realmente bem feito. Acho que esta na hora de a gente pensar em abrir um barzinho!

Rodrigo RB disse...

Adorei o Post.

Já fui algumas vezes no bar e tive impressões um pouco diferentes.

Como sempre um sanduíche de filé mignon com queijo que é fantástico e barato (9,50). A cerveja realmente é cara, mas melhor que alguns chopps aguados e fracos que a gente toma por ai.

O atendimento tem sido bom, agora que já passou a fase de estar sempre lotado está bem mais fácil. Chegamos sempre perto das 19:00 e a casa ainda está vazia (quinta-feira).

O ponto negativo na minha opinião fica por conta do BARULHO. O espaço é pequeno e eu pagaria o dobro da entrada para não ter nenhuma banda, apenas uma música ambiente, fica muito melhor pois vamos lá para conversar, não para berrar e ficar com dor de cabeça.

Anônimo disse...

Fui la somente duas vezes, e não devo voltar mais; o atendimento realmente é horrível, e o som tremendamente alto. Voltar porque?

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